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Jornal Diário de Suzano - 21/12/2025
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Coluna

A geopolítica contada em filmes

21 dezembro 2025 - 08h00
Fernando Barreto, Jornalista e Pós-graduando em Política e Relações Internacionais, compartilha sua visão sobre os termos da atualidade em sua coluna dominical. Acompanhe de perto suas análises nas redes sociais: @fernandobarretojor

 

Caro leitor, costumo trazer para a coluna Mundo em Foco análises de acontecimentos. Mas também quero, pois era um desejo desde o início no colunismo, trazer recomendações para que você possa ampliar seus conhecimentos.


O diálogo, eu acredito, funcione assim, eu digo aqui, você lê aí, e se quiser pode me devolver questionamentos, que trarei para cá.


Como fiz apenas uma vez nesses quatro meses de coluna, hoje vou recomendar algo. Mas não a leitura de um artigo, como foi da última, e sim um filme.


Acabou de estrear na HBO Max o filme Argo, vencedor de três Oscars em 2012.

 
Dirigido e estrelado por Ben Affleck, o filme conta a história real de um agente da CIA, Tony Mendez, que cria uma história de filme falso para que ele pudesse entrar no Irã, no auge da revolução iraniana, para resgatar seis diplomatas americanos escondidos no país.


O filme é intenso, causa bastante palpitação aos ansiosos e traz a geopolítica do dia a dia para o cinema.


Claro que me atento aqui à mensagem que o filme passa. 


O Irã e os Estados Unidos passam por crise há muitos anos. Desde a revolução iraniana que tinha como um de seus motes a crítica aos americanos.


Mais recentemente, Trump, em 2020, ordenou um ataque que matou um dos líderes do exército.


O curioso, e que o filme mostra bem, era o apoio quase inabalável da população para os líderes iranianos.


Hoje a situação já se inverteu. A população não quer mais os aiatolás no comando.


Outro detalhe muito legal do filme é a relação Estados Unidos-Canadá.


Hoje abalada também pelo governo Trump, que taxou o país vizinho, os dois mostraram naquela época uma forte relação, com o presidente Jimmy Carter agradecendo formalmente os canadenses.


Para contexto, sem spoilers, os seis diplomatas que são resgatados estavam escondidos no consulado do Canadá no Irã. 


Outro detalhe que me chama a atenção é o fato de como os Estados Unidos possuem um poder, não militar apenas, mas de influência. Se não fosse por Hollywood, quem diria que os iranianos acreditariam em um filme sendo gravado no país deles? 


Esta aí o poder suave que falam, que é a influência sem uso da força. Seja com filme, propaganda, música e outros meios, mas sem arma ou luta. 


O poder suave americano não só difunde a cultura deles, mas ajuda a confundir os demais.


Argo acabou de estrear na HBO, corre lá e confira um dos melhores filmes que já vi.