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Jornal Diário de Suzano - 04/12/2025
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Coluna

Análise de ‘O Estado na China’

21 setembro 2025 - 08h00
MUNDO EM FOCO todos os domingos.

Para o artigo deste domingo gostaria de dialogar com vocês, novamente, sobre a China. A discussão é pertinente pois o que se tem visto nos últimos anos e as projeções para o futuro é de que a China supere economicamente os Estados Unidos.


Mas para além disso, a China é um exemplo do que não fazer para prosperar. Sei que este artigo pode conter uma dose de temas e opiniões que não agrade todos. Mas vamos buscar compreender o que se discute e projetar, não o que pode ser bom na minha opinião, mas o que pode ser bom de fato para o nosso País.


Na pós-graduação em Política Contemporânea e Relações Internacionais, que curso na FAAP, recebemos indicação de diversos artigos. A demanda é grande, corro do jeito que dá para ler a maioria. 


Um desses textos se chama O Estado na China, e procura elucidar o que levou o país asiático ser a potência que é hoje. O artigo foi escrito por Isabela Nogueira, com uma leitura muito fluida e será o debate de hoje. Pretendo fazer isso mais vezes, com outros textos que leio na pós.


No artigo, é explicado o que levou a China conseguir superar a fome que tomava todas as comunidades do país até os anos 1980.


Outro livro muito interessante e que convido a lerem é Como a China Escapou da Terapia de Choque, de Isabella Weber.
Nas duas obras, que são complementares mesmo que involuntariamente, fala do que foi realizado pelos policy makers chineses para a mudança no País. 


Deng Xiaoping é o principal nome por trás do “boom” econômico do país. 


No artigo é elucidado diversas ações que resultaram no que hoje é a China em potência social e econômica.


Em seu artigo, Isabela Nogueira explica que no início dos anos 1980 os chineses realizaram o Sistema de Responsabilidade Familiar, basicamente uma reforma agrária, nos termos ocidentais, nas terras.


“Sob esse sistema, o país se tornou autossuficiente em arroz, milho e trigo, e a produtividade total dos fatores na agricultura cresceu a uma média de 2,86% ao ano, entre 1978 e 2013, o que representa mais de três vezes a média global de 0,95% e acima da média brasileira”, diz trecho do artigo.


Mas o que mais me chamou a atenção foi no momento em que Nogueira trata de como a China lidou com os Investimentos Estrangeiro Direto (IED). Diversos países recebem investimentos externos, o Brasil teve isso nos anos 1990, e a China também nessa época. 


A diferença foi que os chineses exigiram cláusulas para isso: “obrigação para ter parceiro local (via formação de joint-venture com empresa estatal chinesa), acordos de transferência de tecnologia, regras de conteúdo local, definição geográfica da localização das fábricas e quotas para exportação e geração de empregos”.


Percebam, o segundo item: “troca de tecnologia”. Hoje temos diversos produtos chineses, sem mais aquele rótulo de ‘xing ling”. São excelentes materiais: Lenovo e Xiaomi, no campo da tecnologia. E a BYD, principal montadora de carros elétricos do mundo.


Isso tudo aconteceu porque a China, ao abrir seu mercado e atrair empresas para lá, uma vez que tinha mão de obra em grande escala e barata, fez com que as companhias compartilhassem as tecnologias.


Tudo isso serviu de alicerce para o que a China virou nos anos 2000: investidor. Hoje o país consegue financiar obras ao redor do mundo, consegue investir pesadamente em armamento e alta tecnologia e desafia a hegemonia ocidental.


Por falta de espaço, fica difícil elucidar mais ideias tratadas no artigo, mas meu objetivo principal era de apresentar um pouco a ideia e instigá-los a ler mais. O texto está disponível na internet gratuitamente.