MUNDO EM FOCO todos os domingosA ONU surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial, como nova alternativa à Liga das Nações, que havia sido criada após a Primeira Guerra Mundial.
Nesses anos todos, a ONU se consolidou, mesmo entre altos e baixos, como uma figura importante na geopolítica mundial.
A Assembleia Geral, realizada anualmente na sede da ONU em Nova York, é um exemplo do crescimento da organização. Hoje são mais de 150 Estados signatários.
Como de costume desde a década de 1950, o Brasil abre o encontro. Virou marca registrada.
E para a edição deste ano havia uma grande expectativa, pois o mundo está em conflito intenso. Com a mudança das lideranças políticas mundiais, a reorganização dos Estados causa uma ruptura naquilo que se via.
Desde o fim da Guerra Fria, o mundo viveu a Pax Americana, com os Estados Unidos sendo a única grande potência. Com a hegemonia ameaçada, surgem rivais que balançam a “tranquilidade” dos Estados.
Atualmente são duas guerras em andamento, além de muitos conflitos diplomáticos, principalmente entre Brasil e Estados Unidos.
E essa é a grande expectativa: o que cada um dos presidentes discursaria.
Lula, que abriu a Assembleia, pontuou alguns assuntos. Em uns foi mais firme e em outros apenas “citou”.
Lula foi enfático ao defender a soberania do Brasil, ao contestar as recentes sanções dos Estados Unidos, como o tarifaço e a Lei Magnitsky. E criticou veementemente as guerras atuais, principalmente a na Faixa de Gaza, em que nomeou de genocídio e disse que Israel usa a fome como arma.
As declarações foram fortes. Em seguida, Trump discursou, meio perdido, pois o teleprompter havia parado de funcionar.
“A ONU não nos dá nada, só um teleprompter e uma escada rolante que não funciona”, disse ele ao iniciar a fala.
Entre vários temas, que falou vagamente, sem aprofundar, o que mais chamou a atenção foi sobre o Brasil.
Trump falou que “sentiu uma química” com Lula, ao se cumprimentarem antes do americano ir ao púlpito discursar.
Uma reunião deve ser marcada nos próximos dias.
Há dúvidas, porém. A diplomacia brasileira teme que o que aconteceu com Zelensky, presidente ucraniano, quando este foi humilhado no salão oval da Casa Branca, se repita com Lula.
Mas o que é fato: as falar de Trump jogaram um balde de água fria sobre o bolsonarismo, que se agarrava com unhas de dentes ao tarifaço como argumento de que Lula não sabia negociar, e também como uma pressão para o que aconteceu com Bolsonaro.
Na coluna da semana retrasada (O que esperar dos EUA após condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão) apostei em algumas coisas que se confirmaram: a Lei Magnitsky foi ampliada, agora à esposa de Moraes, e estuda-se novas tarifas sobre mais produtos.
Assim, sigo arriscando, com base nas análises que faço. Acredito que Lula e Trump vão se reunir de maneira virtual, para evitar possível desgaste em eventual “emboscada” do presidente republicano.
Nessa reunião, que descarto ser “armadilha”, Trump e Lula vão chegar a um acordo, possivelmente envolvendo a China, Big Techs, e o tarifaço.
O governo federal conseguirá contornar, depois de muitas tentativas, as tarifas e levará grande trunfo para as eleições de 2026.




