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Jornal Diário de Suzano - 14/12/2025
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Coluna

COP30 e a necessidade de pensar sobre as mudanças climáticas

02 novembro 2025 - 08h00
Fernando Barreto, jornalista e pós-graduando em Política e Relações Internacionais, compartilha sua visão sobre os temas da atualidade em sua coluna dominical. Siga-o nas redes sociais para acompanhar de perto suas análises: @fernandobarretojor

 

A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, também chamada de COP30, será a 30ª Conferência sobre o tema, previsto para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro deste ano, na cidade de Belém, no Pará.


O encontro reúne líderes de diversos países para debater mudanças importantes como emissões de CO2, desmatamento, aquecimento global, novas tecnologias que preservem o meio ambiente.


A numeração diz respeito a quantidade de vezes que ocorreu o encontro, sendo a primeira em 1995.


Mas qual a importância do encontro? Afinal, não é natural a preservação do nosso ecossistema?


Pois então, não é bem assim que pensam alguns líderes pelo mundo. 


O presidente dos Estados Unidos, por exemplo, declarou na Assembleia Geral da ONU, em setembro, que as mudanças climáticas “são a maior farsa”.


É claro que essa declaração, na verdade, tem um segredo por trás: dinheiro.


Mudar as atuais tecnologias para novas, que sejam mais eficientes e ambientalmente seguras, é difícil.


Ninguém aceita facilmente. É mudar um sistema que há pelo menos um século está assim (desde a 2ª Revolução Industrial em 1850).


Além de que muitas empresas, em um novo mundo, com mais consciência ambiental, “fechariam as portas”. Por exemplo a Shell, marca de combustíveis americana. O que será dela sem carros convencionais?


Todos esses debates se encontram em um lugar: a COP. Neste ano o foco com certeza estará no desmatamento ambiental, mas outros temas vão entrar em jogo, como citei.


Para trazer exemplos práticos no artigo desta semana, dois encontros da COP foram marcantes.


A COP 3, que ficou marcada pela aprovação do Protocolo de Kyoto (1997). Este foi o primeiro tratado internacional a estabelecer metas obrigatórias de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) para os países industrializados. Representou um marco ao colocar a questão climática como prioridade global, apesar de nem todos os países (como os EUA) o terem ratificado.


A outra é a COP21, marcada pelo Acordo de Paris (2015). Considerado um divisor de águas, o Acordo de Paris é um pacto global que busca limitar o aquecimento global a bem menos de 2° C, preferencialmente a 1,5° C, em relação aos níveis pré-industriais. 


Diferente de Kyoto, ele adota uma abordagem de contribuições voluntárias, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que todos os quase 200 países participantes se comprometeram a apresentar e revisar a cada cinco anos.


O ex-embaixador brasileiro, Sérgio de Queiroz Duarte, falecido ano passado, disse no livro Desarmamento e Temas Correlatos, que você pode ler gratuitamente no site da Funag, que as mudanças climáticas são um dos maiores desafios da sociedade e afirma que o mesmo é uma preocupação pois pode causar a extinção da civilização, tal como uma bomba atômica.


Ao que tudo indica, a COP30 não terá a mesma adesão que os outros encontros do programa, infelizmente, mas a esperança e expectativa seguem pela apresentação de um acordo para todos com um objetivo: a sobrevivência da nossa sociedade.