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Jornal Diário de Suzano - 04/12/2025
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Coluna

O que esperar dos EUA após condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão

14 setembro 2025 - 08h00
MUNDO EM FOCO todos os domingos.

Bolsonaro foi condenado nesta quinta-feira, por maioria na 1ª turma do Supremo Tribunal Federal, a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe e organização criminosa.


A notícia repercutiu em todo o mundo, não ficou apenas dentro do noticiário nacional. Jornais americanos e europeus inclusive tinham repórteres presentes na sessão de julgamento nesta semana. 


Como se sabe, os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 50% em cima de alguns tipos de produtos do Brasil que eram exportados aos americanos. A decisão de cobrar essa taxa é política, visto que o filho de Bolsonaro está em Washington há meses influenciando a Casa Branca a adotar tais medidas na intenção de prejudicar o Brasil para livrar seu pai de uma condenação. Mas o que esperar então agora que a condenação veio. 


Há duas possibilidades analisando as declarações recentes, mas também pensando no que pode ser melhor para os próprios americanos.


A primeira é uma retaliação maior ainda ao Brasil. Possivelmente com mais tarifas, ou mais produtos dentro do “hall” dos já taxados. Provavelmente a aplicação da Lei Magnitsky aos demais juízes da 1ª turma, como Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino, que votaram a favor da condenação. 


Outra retaliação seria a proibição de visto a brasileiros, mesmo aqueles que fazem parte do governo, como é o que aconteceu com Alexandre Padilha, ministro da Saúde.


Estamos a poucos dias da Assembleia Geral da ONU, acho improvável, mas é possível imaginar o Brasil sem delegação devido a não liberação de vistos para o Lula, Haddad e demais membros.


Mas a outra possibilidade em relação aos EUA sobre o Brasil é o recuo. Visto que o que foi feito não surtiu efeito aos ministros e ao resultado do julgamento, o sensato seria recuar, abaixar as tarifas, abrir diálogo para negociação, como Lula tem tentado, mas sem êxito, por questões políticas.


O Índice de Preços ao Consumidor dos EUA acelerou em agosto. A alta de 0,4% do indicador corresponde a um ganho de ritmo em relação ao resultado do mês de julho (0,2%). A taxa é 0,1 ponto percentual acima das expectativas do mercado financeiro (0,3%).


Indicador acumula alta de 2,9% nos últimos 12 meses. Este é o maior aumento desde janeiro, após ter subido 2,7% no período finalizado em julho.


É claro e óbvio que a inflação cresceu devido ao tarifaço imposto a diversos países.
Mas de volta à condenação de Bolsonaro, Trump comentou sobre já na quinta-feira. Questionado por jornalistas, o presidente disse “ter ficado surpreso e muito descontente com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)”.


Marco Rubio, republicano e responsável pela diplomacia do governo norte-americano, disse que “o país (EUA) responderá adequadamente a caça às bruxas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro”.
Por essas declarações, se pudesse apostar, diria que o que vem por aí é mais retaliação. Mas, se não teve efeito agora, não mudará muito depois. 


O que o Brasil precisa é fortalecer sua exportação, e investir em novos compradores. Substituir a relação de 200 anos com um país, como é com o Estados Unidos, não é possível, pois as cadeias comerciais estão intrinsecamente entrelaçadas, mas possível de ser amenizada.


As declarações e os próximos capítulos terão seu ápice na Assembleia Geral da ONU no próximo dia 23. Historicamente o Brasil abre o congresso, e os Estados Unidos falam em seguida. 
A esperar, mas com certeza terão indiretas para cada um nas suas respectivas falas.