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Jornal Diário de Suzano - 04/12/2025
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Coluna

Os dilemas da Segurança Internacional além do TNP

30 novembro 2025 - 08h00
Fernando Barreto, Jornalista e Pós-graduando em Política e Relações Internacionais, compartilha sua visão sobre os termos da atualidade em sua coluna dominical. Acompanhe de perto suas análises nas redes sociais: @fernandobarretojor

 

O tema Segurança Internacional é um dos principais dentro dos estudos de Relações Internacionais. 


As discussões dentro desse campo de estudo vem de muito antes, mas passa a ter a segurança como objetivo central a partir do início do século XX, quando o presidente americano, Woodrow Wilson, incentiva uma política internacional para impedir guerras e conflitos.


Por meio de Wilson é criada a Liga das Nações, logo após a Primeira Guerra Mundial. A Liga das Nações é, em síntese, a origem da ONU. Seu objetivo era entender conflitos e impedir o surgimento de novos. 


Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, a Liga das Nações vê seu objetivo fracassar e então a organização é dissolvida.


Mas sempre, pelo menos desde 1910, tem-se a ideia de que Segurança Internacional é o principal para qualquer Estado dentro do cenário geopolítico.


Em vista que vivemos em um mundo Realista, ou seja, em conflito diário, a Segurança Internacional possui vários dilemas.


O mais notório, pela clara preocupação que causa, é a bomba atômica. Quando o tema surge, durante a Segunda Guerra, pouco se entendia a dimensão, mas ela passa a ser temida quando os EUA jogam as duas bombas sobre as cidades japonesas.


Sugiro, para entender melhor, que o leitor assista ao filme Oppenheimer (2023), que ganhou Oscar, inclusive.
A partir dos ataques das bombas em Hiroshima e Nagasaki, a segurança internacional passa a ser, então, pautada em evitar uma guerra nuclear, que poderia, em palavras claras, dizimar a civilização.


A ONU então é criada, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, e com ela vem a questão: como regular o uso das armas atômicas?


Diversos tratados surgem, mas o mais notório é o TNP (Tratado de Não Proliferação). Nele, diversos requisitos e exigências são inseridas, com objetivo de, primeiro, impedir a fabricação de mais ogivas nucleares, e, segundo, impedir guerras.


Caberia análise em um único artigo sobre o TNP, pelo fato de ser um tema relevante ainda que, atualmente, o uso dessas armas seja praticamente impossível.


Mas, com a caminhar da história, novos dilemas surgem, e talvez até mais complexos do que as armas nucleares. Não mais fatais, mas mais complexas de se resolver.


Falo das organizações criminosas e dos grupos terroristas.

(Ler matéria)


A começar pela definição. O Hamas, por exemplo, que atua na Faixa de Gaza, não recebe o status de terrorista pela ONU, mas é assim nomeado pelos Estados Unidos.


Aqui no Brasil, o PCC e o Comando Vermelho talvez sejam os nossos principais problemas. Com “braços” em diversos países da América do Sul, África e Europa, eles se financiam pelo tráfico de drogas, armas e até pessoas. Também conseguem por meio de “verba” paga pelos moradores dos bairros periféricos do Brasil.


Portanto, para além do TNP, hoje as organizações criminosas e o terrorismo tem um destaque maior dentro dos debates de Relações Internacionais. 


Como encontrar soluções para enfrentar? A pergunta pode ter como resposta o que os especialistas chamam de Complexo Regional de Segurança. A ideia é buscar alianças regionais que podem ter mais eficácia do que uma reunião na ONU. 


De que maneira a América do Sul pode combater o problema? Como os Estados Unidos, que são o destino das drogas e armas que financiam esses grupos, podem ajudar? E assim cada região do globo debater as questões pertinentes para si e que podem resolver o problema comum de todos.