Após reunião frustrada entre Donald Trump e Vladimir Putin na última sexta-feira, no Alasca, para debater caminhos para o fim da Guerra na Ucrânia, parte dos líderes do G7, juntamente de Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, se reuniram na Casa Branca para discutir o tema.
A reunião foi positiva, com Zelensky sorrindo, diferente da última vez em que o presidente esteve na Casa Branca, onde foi humilhado por Trump e seu vice, J.D. Vance, diante da imprensa norte-americana.
Mas qual pode ser o futuro da guerra na Ucrânia? A pergunta é complexa, pois envolve futurologia, algo improvável e sem confirmação. Fato é que ninguém quer mais a guerra, até mesmo Putin. Levantamento do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), um think tank norte-americano, projeta que pelo menos 1 milhão de soldados russos morreram ou ficaram feridos na guerra.
Para quem pensava que dominaria a Ucrânia em poucas semanas, Putin vê o conflito se estender muito além do que ele previa e, pior, desejava. São mais de 3 anos desde a invasão. Mas do lado ucraniano fica a dúvida: ceder parte de seu território para a Rússia ou seguir lutando e acabar perdendo apoio de potências como a Alemanha.
Atualmente, a Rússia já domina praticamente todo o leste da Ucrânia. Luhansky, Donetsk, Zaporizhzhya e Kherson estão sob controle dos russos - esta terceira cidade possui a maior usina nuclear da Europa, com seis reatores.
Ao responder, então, a pergunta feita no terceiro parágrafo, diria que essas regiões terão de permanecer sob domínio da Rússia, para que assim Putin aceite “encerrar” a guerra. Mas, e se Putin não seguir o combinado? Segundo o jornal The New York Times, na reunião de segunda-feira passada na Casa Branca, esse ponto foi abordado e não teve uma confirmação do que seria feito. “Os Estados Unidos apoiariam (a Ucrânia)”, disse Trump, segundo o jornal americano, quando o assunto foi colocado em pauta na reunião.
Outra dúvida é se além do território, Putin não vai exigir controle político de Kiev, capital da Ucrânia. O autocrata russo pode exigir políticos mais alinhados à Moscou para decretar o fim da guerra. Isso, ter mais políticos apoiadores de Putin, pode significar o fim do acordo da Ucrânia com a União Europeia, o estopim deste conflito em fevereiro de 2022.
Sendo assim, o futuro da guerra segue totalmente em aberto. Caberá aos líderes das potências européias e norte-americana costurarem uma solução e assegurar para os ucranianos a independência nas eleições e nenhuma outra ofensiva futura da Rússia.
Vale também pontuar o que Trump pode acordar com Putin, uma vez que o presidente americano já demonstrou interesse nas terras raras da Ucrânia. No dia 16 de fevereiro de 2025, ele cobrou 500 bilhões de dólares da Ucrânia “para continuar ajudando financeiramente o país na guerra”. Mas exigiu: “Quero (este valor) em terras raras”.
A situação para a Ucrânia é bastante delicada e mesmo com o fim da guerra, vai ficar sequelas.




