O Banco Central (BC) reconheceu, em seu Boletim Regional divulgado ontem, que a atividade arrefeceu de forma disseminada em todas as regiões do Brasil no trimestre encerrado em fevereiro, em meio aos processos de ajuste na economia brasileira. O índice de atividade econômica do BC - o IBC-Br - recuou 0,6% no trimestre encerrado em fevereiro, ante alta de 0,7% nos três meses findos em novembro. Mesmo assim, a autoridade monetária se mostrou animada com o futuro e afirmou que as condições devem melhorar tanto no âmbito doméstico quanto no externo, com a valorização do dólar e a recuperação de alguns mercados impulsionando as exportações brasileiras. "Em síntese, a atividade econômica mostrou arrefecimento no início deste ano, evidenciado, sobretudo, pelos desempenhos da produção industrial, das vendas do comércio varejista e pelo menor crescimento das operações de crédito, com impactos que se refletem sobre o mercado de trabalho", aponta o boletim. "Prospectivamente, a expansão da atividade agrícola, a redução do risco de restrição hídrica, o crescimento da atividade global e a perspectiva de gradual reversão da trajetória declinante dos indicadores de confiança concorrem para atenuar os impactos decorrentes da redução na demanda doméstica ora observada", acrescenta. O BC aponta ainda que os indicadores do mercado de trabalho evidenciam processo de distensão, ajustando-se ao ritmo da atividade econômica. Nesse contexto, a taxa média de desemprego elevou-se de 4,7% para 5,2% nos trimestres encerrados em fevereiro de 2014 e de 2015. Em relação às contas fiscais, considerando-se o período de 12 meses até fevereiro de 2015, o déficit primário consolidado situou-se em R$ 8,2 bilhões (ante superávit de R$ 18,4 bilhões em igual período findo em fevereiro de 2014), repercutindo resultado deficitário em todas as regiões, exceto o Sul, cujo superávit alcançou R$ 888 milhões.