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Jornal Diário de Suzano - 26/07/2024
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Editorial

Entidades e a reforma

20 abril 2017 - 08h00

A discussão em torno da Reforma da Previdência ganha novas contornos com entidades entrando na discussão sobre o assunto. Ontem, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Economia (Cofecon) manifestaram-se contra a reforma. Em nota, as três entidades disseram que é necessário que a sociedade brasileira esteja atenta às “ameaças de retrocessos”. “A PEC 287 (Proposta de Emenda à Constituição) vai na direção oposta à necessária retomada do crescimento econômico e da geração de empregos, na medida em que agrava a desigualdade social e provoca forte impacto negativo nas economias dos milhares de pequenos municípios do Brasil”, diz a nota. “A ampla mobilização contra a retirada de direitos, arduamente conquistados, perceptível nas últimas manifestações, tem forçado o governo a adotar mudanças. Possíveis ajustes necessitam de debate com a sociedade para eliminar o caráter reducionista de direitos”. O assunto é, sem dúvida, muito delicado porque abrange milhões de brasileiros. Essa reforma vai decidir o destino de trabalhadores, o quanto ele deverá trabalhar até conseguir sua aposentadoria. A Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa a PEC 287/16 se reúne para a leitura do parecer do relator, Arthur Maia (PPS-BA), sobre o projeto. A previsão é que o texto seja votado na comissão na próxima semana. Para as entidades, nenhuma reforma que afete direitos básicos da população pode ser formulada sem a devida discussão com o conjunto da sociedade e suas organizações. “A reforma da Previdência não pode ser aprovada apressadamente, nem pode colocar os interesses do mercado financeiro e as razões de ordem econômica acima das necessidades da população. Os valores ético-sociais e solidários são imprescindíveis na busca de solução para a Previdência”, dizem as entidades. Para a CNBB, a OAB e a Cofecon, as mudanças nas regras da seguridade social têm de garantir a proteção aos vulneráveis, idosos, titulares do Benefício de Prestação Continuada (BPC), enfermos, acidentados, trabalhadores de baixa renda e trabalhadores rurais. “As mulheres merecem atenção especial, particularmente na proteção à maternidade.” As entidades pedem ainda uma auditoria na Previdência Social que justifique a reforma proposta. Durante esta semana, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a reforma da Previdência é uma necessidade financeira e fiscal e que a medida vai contribuir para a retomada do crescimento do País. É preciso ouvir as entidades e garantir a manutenção dos direitos previdenciários do cidadão.