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Jornal Diário de Suzano - 26/07/2024
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Editorial

Inadimplência

12 julho 2017 - 05h00
Novo levantamento realizado ontem mostrou que a inadimplência aumentou 0,84%, de janeiro a junho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, ao passar de 59,1 milhões de pessoas para 59,8 milhões. Ou seja, mais pessoas estão com dificuldades de pagar suas contas. A crise financeira-econômica no País contribui para o fenômeno.
A pesquisa mostrou que, apesar da alta, houve queda no ritmo de inadimplência, pois no primeiro semestre de 2016, o total de nomes na lista de devedores era 3,21% maior do que no mesmo período de 2015.
Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). De acordo com a entidade, entre o final de 2015 e o início do ano passado, a inadimplência crescia com taxas próximas de 5% e agora são consideradas estáveis, embora ainda refletindo “o cenário de desemprego elevado “e dificuldades que atingem 39,6% da população com idade entre 18 e 95 anos.
Na comparação de junho deste ano com junho do ano passado, foi constatado um recuo de 0,83% no número de devedores em atraso e sobre maio deste ano, houve redução de 0,64%. A pesquisa mostra que o volume de dívidas caiu 5,34%, em junho sobre o mesmo mês em 2016. A queda mais expressiva foi verificada no setor de comunicação (-13,13%). No comércio, o montante foi 4,46% menor; nos bancos, 2,57%, e nos serviços básicos, como água e luz, 1,18%.
No entanto, são os bancos que ainda concentram a maioria das dívidas em atraso (48,54%), seguidos do comércio (20,42%), comunicação (13,81%) e os segmentos de água e luz (7,96%).
Na projeção do presidente da CNDL, Honório Pinheiro, em caso de uma recuperação lenta e gradual da economia e do consumo, o número total de inadimplentes não deve ter grande avanço. “ deve oscilar em torno dos 60 milhões de negativados ao longo dos próximos meses”.
Mais da metade da população com idade entre 30 e 39 anos (50,44%) tinha algum tipo de pagamento atrasado, em junho deste ano, o que corresponde a 17,2 milhões de pessoas. Na faixa entre 40 e 49 anos, a taxa atingiu 47,79%) e, entre os consumidores de 25 a 29 anos, 46,58%.
A situação da inadimplência no Brasil é pior do que revelam os indicadores públicos e privados. É o que afirmam especialistas. Seja pela diferença de metodologia seja pela dificuldade hoje de se negativar um devedor em atraso, as taxas divulgadas não condizem com realidade.