Militares das Forças Armadas da Bolívia tomaram a praça da sede da Presidência, em La Paz, nesta quarta-feira (26). O presidente Luis Arce fala em golpe e ordenou que o general Juan José Zúñiga desmobilzies a tropa imediatamente.
No início da tarde, Arce havia denunciado o que chamou de "mobilização irregular" de unidades do Exército, enquanto o ex-presidente Evo Morales convocou uma "mobilização nacional pela democracia".
Zúñiga, que lidera a tentativa de golpe, disse que "por enquanto" reconhece Arce como chefe das Forças Armadas, mas que haverá uma troca ministerial no governo. Ele foi removido do posto de comandante do Exército depois de fazer ameaças contra Evo.
"Os três chefes das Forças Armadas viemos expressar nossa discordância. Vai haver um novo gabinete de ministros, com certeza as coisas vão mudar, mas nosso país não pode continuar desse jeito", disse Zúñiga à mídia local.
Ele afirmou ainda que vai libertar "prisioneiros políticos", incluindo a ex-presidente Jeanine Añez, condenada a dez anos de prisão em junho de 2022 por ter organizado um golpe de estado contra Evo em 2019.
De acordo com o jornal boliviano El Deber, Zúñiga entrou no palácio, conversou com Arce e depois saiu do prédio. Tropas dispararam bombas de gás contra pessoas que tentaram entrar na Praça Murillo, onde fica a sede da Presidência boliviana.Antes de entrar no palácio, Zúñiga fez um curto pronunciamento. "Parem de destruir o país, parem de empobrecer o país, parem de humilhar o Exército", afirmou, insistindo que a ação tinha o apoio da população boliviana.
Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu informações sobre a situação na Bolívia. Mais cedo, o presidente boliviano Luis Arce denunciou a "mobilização irregular" de unidades do Exército do país, o que aumenta o temor de um golpe de Estado. A informação é da Agência Brasil.
“Como eu sou um amante da democracia, eu quero que a democracia prevaleça na América Latina. Golpe nunca deu certo”, disse Lula, após evento de apresentação de novos ônibus escolares, em Brasília.
Lula afirmou ter solicitado ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que entre em contato com as autoridades do país vizinho para ter certeza da situação.
“Fui informado agora e pedi para meu ministro entrar em contato para ter certeza. Não podemos ficar anunciando coisa que depois não acontece”, disse.