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Jornal Diário de Suzano - 13/12/2025
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Opinião

Que 2026 seja um ano óbvio

12 dezembro 2025 - 12h58Por Thiago Adriano

Recentemente, voltei a reler alguns livros e esbarrei novamente na história de Adams Óbvio. É um personagem de um conto de 1916 que acabou se tornando quase um mito corporativo. Um protagonista simples e direto, que ganhou fama justamente por enxergar o que estava diante de todo mundo. Ele não buscava genialidade: buscava clareza. No conto, fazia o óbvio com tanta consistência que surpreendia até os mais inteligentes.

Enquanto eu relia e, como sempre faço nessa época do ano, pensava no planejamento para 2026, uma ficha caiu: por que insistimos nessa mania de acreditar que precisamos de algo revolucionário para mudar o jogo?

Em dezembro, temos o mesmo ritual: reescrever tudo, muitas vezes deixando de lado o que funcionou para procurar um caminho completamente novo. Essa busca incessante pelo “inovador” virou um vício corporativo. E caro.

Mas a verdade é simples. Adams Óbvio nos diria, com calma, que não precisamos reinventar nada. Precisamos enxergar o óbvio, que já resolve metade do problema. O óbvio não brilha, não vira manchete, não rende post heroico. Por isso tanta gente foge dele e se esconde atrás de palavras sofisticadas. Só que, ironicamente, é o simples que funciona. Que move. Que traz resultado de verdade.

E o mesmo vale para a nossa vida pessoal.
Se nossa saúde está ruim, não precisamos de dietas mirabolantes ou equipamentos caros: precisamos primeiro dormir melhor, beber água e nos movimentar um pouco todos os dias. O óbvio, repetido com disciplina.

Se nossas finanças estão confusas, não precisamos de investimentos mágicos: o primeiro passo é encontrar maneiras de gastar menos do que ganhamos, buscar novas formas de fazer dinheiro com o que já sabemos fazer bem e, quem sabe, tentar algo novo.

Se nossa rotina está caótica, não precisamos de métodos revolucionários: precisamos de poucas prioridades, descanso e constância.

Complicamos porque complicar parece grandioso. Mas não é. O que transforma é a disciplina do óbvio. E, mesmo quando precisamos mudar radicalmente para ter um resultado realmente transformador, o segredo costuma estar em enxergar o que sempre esteve ali. Nada traduz melhor isso do que o intraempreendedorismo que, no fundo, é aplicar o óbvio com consistência dentro das empresas.

Intraempreender não é criar projetos épicos ou apresentar ideias cheias de buzzwords. É identificar o que está ao nosso alcance, melhorar processos que todos sabem que falham, resolver problemas que todo mundo percebe, mas poucos assumem. Pessoas intraempreendedoras são, de certa forma, um Adams Óbvio com crachá.

Ano que vem tem Copa do Mundo. Dá para ser óbvio nisso também? Dá. Podemos desejar um esporte sem violência e uma seleção brasileira que volte a fazer o básico que sempre nos emocionou: futebol alegre, criativo e corajoso. O óbvio.

Teremos um ano economicamente exigente, então vale o óbvio de novo: consciência, planejamento e constância.

Por que não pensar em um 2026 extraordinariamente óbvio?
Um ano em que fazemos o que precisa ser feito, todos os dias. Por nós, pelas nossas carreiras, pelas pessoas que amamos.

E que seja um recomeço, sim. Que traga muita paz, saúde, prosperidade e alegria. Tudo o que, obviamente, nos faz bem.

Que 2026 seja um ano óbvio. E surpreendente!