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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Colunista

Ponte Sobre Águas Turbulentas

24 junho 2017 - 08h00

Talvez a gente esteja, de fato, cansando. Muitas notícias ruins, amontoadas sobre nós. Muita gente perdendo a esperança. Triste, sofrida. Gente tendo vivido em fraudes milionárias. Especialmente agora sabemos, quando muitos dentre nós estamos vivendo nas dificuldades econômicas do País. Vivi outras épocas de turbulências. Algumas que até uns tantos, ingenuamente, agora pensam que foram ótimas. Em 1969 sofri um acidente grave. Traumatismo craniano, três dias em coma, desfiguração do rosto e perda parcial de algumas capacidades físicas, com experiência quase morte. Muitos anos depois, fui me dando conta de que sobrevivi, sem nenhuma dor, para poder tentar fazer algo a mais de bom, de positivo, neste nosso mundo, para mais gente. Se você está se achando um sofredor, neste mundo que tem a sua volta, olhe diferente. Veja o quanto pode fazer por você mesmo e para a sua família, para a gente da sua terra. Seguramente há muito mais gente sofrendo mais do que você. Hoje, caiu-me nos ouvidos uma música que amava quando ainda bem jovem, tinha lá meus vinte e poucos aninhos em 1969. E uma dupla americana, Simon e Garfunkel, lançou-a. Era bem do nosso jeito de então. Tinha ritmo terno, tinha seu modo envolvente e tinha uma letra espetacular. Servia para animar, ou ao menos, dar mais alguma esperança àquela sua jovem amada, ou jovem amiga, ou jovem amigo. Era “Bridge Over Troubled Water”, uma composição de Paul Simon, cantada também pela linda voz do Art Garfunkel. Traduzindo seu título, resultaria em algo como: “Ponte Sobre Águas Turvas” (ou “Turbulentas”). A metáfora faz da letra um poema sensível. Eu, ou um anjo, ou Deus, que sei eu, alguém se colocará estendido como uma “ponte sobre as águas turvas” que lhe surgirem a frente. E secará suas lágrimas, e lhe confortará, e aliviará sua mente. E vai repetir esse caminho que lhe servirá sempre que se sentir cansado, pequeno, em tempos difíceis, em noites sombrias, sofridas. Você tem de mirar sua proa talvez para outro oriente, sem parar de navegar. Fiquei pensando, me interrogando lá no fundo de mim mesmo, em como repetir isso a meus amigos, agora? A verdade é que sempre teremos alguém para nos apoiar. Nunca, em tempo algum, restamos sós. Podemos, sim, é também verdade, não conseguirmos ver os amigos próximos. O que fizemos para que eles se escorressem de nossas mãos? Olhemos melhor! Essa ponte que surge a frente é um sinal de amizade, de esperança, ou de fé. Mas, por que não nos interrogamos com vontade? Será que abandonamos nossos sonhos? Se seus sonhos estão em você, mesmo que quietinhos, ainda que silenciosos em você, veja, os seus sonhos ainda estão em seu caminho. Talvez seja a hora de deixá-los brilhar.

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