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Caderno D

Camila Rodrigues está ansiosa para envelhecer em ‘Os Dez Mandamentos’

02 maio 2015 - 08h00

Dez anos depois de sua estreia na TV, como Mari, irmã de Deborah Secco na novela "América" (Globo), Camila Rodrigues sente que tem nas mãos, pela primeira vez, um papel para mudar seu status na teledramaturgia: a bela egípcia Nefertari, disputada por Ramsés (Sérgio Marone) e pelo profeta Moisés (Guilherme Winter), em "Os Dez Mandamentos" (Record). "É a primeira vez que faço uma personagem desse tamanho. Até então, não tinha rolado uma oportunidade de mostrar o meu trabalho de maneira mais intensa. Nefertari existiu, tem uma história a ser contada e, por tudo isso, tem um peso maior", afirma Camila. A egípcia não sabe, mas é fruto da relação proibida entre Yunet (Adriana Garambone) e o general do exército Disebek (Eduardo Lago), marido da princesa Henutmire (Vera Zimmermann). Sua mãe é a principal vilã da trama e sonha ver a filha rainha do Egito. Mas, para isso, além de garantir que Ramsés seja o escolhido para assumir o trono, Yunet precisa convencer a jovem a corresponder à paixão que o príncipe sente por ela. O problema é que Nefertari ama Moisés, mas a jornada do hebreu na busca pela terra prometida acabará separando os dois. "Os três cresceram juntos, então, ela ama os dois. Só que de formas diferentes", defende Camila, que já conhece a história bíblica - a atriz é evangélica - e sabe que sua personagem se envolverá, mesmo a contragosto, com Ramsés. Se hoje Camila vê Nefertari como um divisor de águas em sua carreira, no início a possibilidade de integrar o elenco de "Os Dez Mandamentos" não foi tão festejada. É que, antes de saber que papel disputaria no teste para a novela, a atriz se preocupou com o fato de, pela terceira vez praticamente seguida, ser escalada para uma trama bíblica - ela estreou, na Record, em 2012, em "Rei Davi" e, no ano seguinte, marcou presença na minissérie "José do Egito", ambas na pele de hebreias. "De cara, cheguei a sinalizar que seria meu terceiro papel nesse segmento na emissora. Fiz 'Plano Alto' (em2014), mas foi rápido. Só que precisava de uma responsabilidade maior na televisão. Tive personagens que não chegaram a me desafiar tanto como atriz Por isso, eu me sinto feliz e realizada de não ter sido chamada para outra novela." A empolgação com o trabalho foi tanta que Camila, desde o início, mostrou-se disposta a raspar a cabeça para encarnar uma egípcia, caso necessário. E foi. Quis apenas conversar e entender quais seriam as motivações de tamanho sacrifício. Mas hoje, já acostumada com o novo visual, a atriz garante que não se arrepende. "Pediram e achei que seria importante. Foi bom também para entrar de cabeça na personagem", avalia. A fase inicial de "Os Dez Mandamentos" foi gravada no Chile, no Deserto do Atacama. Camila não chegou a passar muito tempo no lugar, mas garante que não teve folga. "Passei cinco dias lá, mas trabalhei em todos", lembra. A maior parte de suas sequências na região foram as que ocorrem no rio Nilo. E, segundo ela, foi um período importante de encontro com a personagem. "Foram momentos cruciais da história. De encontro e de brigas também da Nefertari com Moisés, por exemplo", recorda ela, que ficou encantada com a beleza das locações. "Dá muita vontade de voltar, porque tudo é lindo", fala ela, que acredita que não será viável para a equipe um retorno ao país para gravações da terceira fase do folhetim. Participar de uma novela bíblica tem suas vantagens e desvantagens. A produção de arte e figurino mais cuidadosa em função da distância com o período atual - "Os Dez Mandamentos" começa em 1.300 a.C. - dá um toque requintado ao projeto. Além disso, trata-se do primeiro folhetim a retratar esse período em tantos episódios, já que a previsão é ultrapassar 150 capítulos. Mas um detalhe complica a rotina de quem precisa decorar os textos e se entregar às emoções do roteiro de Vivian de Oliveira.

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