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Caderno D

Depois de alguns meses em reforma, Cinesesc na Augusta reabre hoje

01 abril 2015 - 08h00

Um batalhão de operários ainda trabalhava na última segunda-feira, nos últimos retoques da reforma do Cinesesc. Tudo tem de estar nos trinques para hoje, quando a sala da Rua Augusta volta a funcionar, sediando o Festival Melhores do Ano. A reabertura será para convidados - e o filme escolhido é “A Luneta do Tempo”, de Alceu Valença, em presença do cantor e compositor convertido em diretor. É um musical rico em colorido e musicalidade, contando a história de Lampião e Maria Bonita. A partir de amanhã, o público em geral poderá conferir as novidades, e elas são muitas. Na fachada nem tanto. Nem no lobby, que reabre com uma exposição de Marcelo Cipis, retratando a visão do artista de grandes filmes nacionais e estrangeiros. Vá logo para os painéis referentes a Praia do Futuro, de Karim Aïnouz, e Boyhood, de Richard Linklater. O fato de esses dois estarem sendo destacados não significa que os outros dez não estejam no mesmo nível. A grande mudança está lá dentro. Nos últimos anos, o cinéfilo acostumou-se ao formato interno do Cinesesc. A plateia dividida em dois blocos de assentos. Agora, são três. Os 328 lugares foram diminuídos para 254. Não apenas as poltronas foram mudadas e estão mais confortáveis - as antigas também eram boas, mas saíram de mercado -, como aumentou o espaço entre as fileiras. Os muito altos e os obesos terão mais conforto na hora de esticar as pernas. Os espectadores de terceira idade e os deficientes vão agradecer ainda mais. Com programas voltados para o público idoso, há tempos o Cinesesc vinha se preocupando com a questão da segurança. A sala está cheia de corrimãos para garantir a acessibilidade. Para o mezanino, onde costumam ocorrer debates, há agora um sistema que atende a cadeirantes. E durante todas as sessões do Festival dos Melhores, deficientes auditivos e visuais serão contemplados com sistemas para lhes garantir a inclusão. O bar continua operante e será possível continuar assistindo às sessões lá de dentro. A novidade é que o vidro que isolava o bar da plateia era formado pela junção de várias placas e agora será um bloco único. A tela também vai mudar, mas como foi encomendada no exterior ainda está chegando - de navio. O sistema de projeção não muda. Dois projetores para películas, mais o sistema digital instalado há três anos. A operadora Daniela Fava garante a funcionalidade. Com 11 anos de experiência na rede Cinemark, mais cinco no próprio Cinesesc , ela exibe os novos sistemas de lentes. "Tudo do mais moderno", celebra. O coordenador de Comunicação Social do Sesc, Ivan da Hora, acompanha o repórter e informa - "Há tempos essa reforma vinha se fazendo necessária. Pode até parecer piada, e os funcionários contam como se fosse, mas um dia um espectador se levantou e o casaco enganchou no braço da poltrona, que foi junto. Não era o caso de fazer pequenos remendos. O Sesc preferiu fechar a sala para promover uma grande reforma." Orçada em R$ 900 mil, quem ganha é o público. Mas vêm mais transformações por aí. Há outro projeto para transformar o Cinesesc num conjunto, com uma ou duas salas adicionais. A casa do lado já foi adquirida, mas o projeto ainda aguarda luz verde. Ocorre uma coisa curiosa em São Paulo. As salas de rua, como o Cinesesc - o Espaço Augusta, a Reserva Cultural e Caixa Belas Artes -, especializaram-se em salas de arte, formando o circuito cinéfilo da cidade. Ademar Oliveira, do Espaço Augusta, observa que esses espaços, na verdade, resistiram à ‘shopinização’ do circuito cinematográfico. "Com o investimento maciço nas salas de shopping, esses espaços viraram mais alternativos, atendendo a um tipo específico de produção artística." E ele diz mais - "As salas de shopping necessitam de um aval para exibir filmes mais seletivos. Tem de ter o Oscar ou algum prêmio importante, mas que seja conhecido. Minha programação é diferente no Espaço Augusto e no Arteplex Frei Caneca. É diferente até no Cine-Sala, ex-Sabesp, em Pinheiros."

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