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Caderno D

Nova novela das sete da TV Globo coloca Paraisópolis em evidência

12 maio 2015 - 08h00

Favela em novela da Globo não é feito inédito. Mas I Love Paraisópolis, folhetim que estreiou ontem na faixa das 19 horas, põe a região não só no título da trama de Alcides Nogueira e Mário Teixeira, como também em vaga de protagonista. Incrustada no abastado Morumbi, a comunidade emprestou para a Globo até o projeto de urbanização que vem sendo desenvolvido por lá há 11 anos - embora esteja paralisado há dois. Daí a expectativa, para os seus 100 mil moradores, que a novela da Globo seja um outdoor para um futuro melhor por lá. "Eles já tinham um projeto de urbanização e nós colocamos isso na novela", adianta Alcides Nogueira. Na ficção, as mocinhas que sonham com uma vida melhor estão personificadas em Bruna Marquezine, a Marizete, e Tatá Werneck, a Danda. O valentão da favela está mais para bad boy do que para miliciano e é vivido por Caio Castro. E o mocinho que luta pela transformação da comunidade em bairro está do outro lado da "faixa de Gaza", como brincam os moradores da região, no rico Morumbi: arquiteto, Benjamin é representado por Maurício Destri, nova aposta da Globo. Ele mora no edifício Penthouse, o prédio com piscinas e sombras individuais em forma de espiral, habitado por Nathália do Valle, a "bonitona do Morumbi, na novela A Próxima Vítima (1995). Na época, a Globo esbanjava closes da construção, sem permitir que o foco das câmeras resvalassem para sua vizinhança, onde está distribuída a favela. Benjamin desenvolve o projeto de urbanização de Paraisópolis com a namorada, papel de Maria Casadevall, mas vai se encantar pela mocinha da comunidade, Mari (Bruna Marquezine). Benjamim sonha em transformar Paraisópolis em um bairro, e ele constrói um grande programa de urbanização. "Dentro desse programa, fizemos aqui uma discussão muito grande, mostramos o nosso projeto, levamos os mapas e tudo", conta o presidente da Associação de Moradores de Paraisópolis, Gilson Rodrigues, durante visita do Estado aos pontos que dão boa fama à comunidade. Se é verdade que toda novela tem final feliz, o pessoal de Paraisópolis pode esperar pela realização de suas metas - ao menos na ficção. Um dos sonhos da comunidade já estará contemplada na novela: o monotrilho que promete cruzar o local, com duas estações. A Globo gravou cenas iniciais lá e há de inserir planos gerais da favela real entre uma imagem e outra da Paraisópolis cenográfica, construída sobre 10 mil metros quadrados no Projac, no Rio. De Mário Monteiro, a obra é anunciada como a maior cidade cenográfica já feita pela emissora, e tenta reproduzir um espelho mais estético do cenário real. A poluição visual provocada pela intensa fiação elétrica da Paraisópolis real, por exemplo, ganhou versão bem mais clean no Projac. Mas a riqueza cultural do local há de marcar presença na ficção e, para quem não conhece a comunidade do Morumbi, poderá até parecer exagerada. Não é. Berbela, como é conhecido o pernambucano Antonio Ednaldo da Silva, teve várias de suas obras, belas peças feitas a partir de sucata de autopeças, compradas pela Globo. "Eles vieram aqui, viram o que queriam e me encomendaram", conta-nos. Estevão Conceição, conhecido como o Gaudí de Paraisópolis, dono de uma casa feita de pedrinhas em constante construção, também terá seus feitos representados na novela. "Acho que a novela vai reforçar essa luta que Paraisópolis tem pela transformação de favela em bairro", espera Gilson. "A gente está vivendo um programa de urbanização que é o asfaltamento de ruas, a construção de unidades habitacionais, água e luz como tem que ser. É uma parceria entre o poder estadual, o municipal e o federal, fruto de organização da comunidade." Segundo ele, 1,7 mil unidades habitacionais foram entregues, mas 6 mil pessoas ainda aguardam por moradia. Responsável pelo Balé de Paraisópolis, que conta com 300 alunos e outros 800 na fila de espera, Mônica Tarragó será representada por Françoise Forton na ficção, Paraisópolis tem ainda uma orquestra, 52 times de futebol e um time de rúgbi - dois de seus jogadores estão na seleção brasileira da modalidade, que volta a participar de uma Olimpíada em 2016.

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