A Sinfônica de Minnesota será a primeira orquestra dos Estados Unidos a se apresentar em Cuba desde o início da reaproximação diplomática entre os dois países, anunciado em dezembro do ano passado pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro. O grupo fará dois concertos na próxima semana, nos dias 15 e 16, no Teatro Nacional de Havana, dentro da programação do Festival Cubadisco, e será comandado pelo seu diretor musical Osmo Vänska. O maestro finlandês está em São Paulo esta semana, onde comanda a Osesp em três concertos A orquestra de Minnesota desbancou concorrentes fortes na corrida para ser a primeira a visitar Cuba. No começo do ano, por exemplo, o maestro italiano Riccardo Muti afirmou à imprensa que ele e a Sinfônica de Chicago, da qual é diretor, estavam trabalhando para garantir que inaugurariam a corrida de orquestras em direção à ilha. Em 2009, a Filarmônica de Nova York anunciou uma turnê pelo país, mas o projeto foi cancelado depois que patronos da orquestra, que financiariam a viagem, foram proibidos de acompanhar os músicos. Os dois concertos da Sinfônica de Minnesota serão dedicados a obras de Beethoven: a Sinfonia n.º 3 e a Fantasia Coral, da qual vão participar o Coro Nacional de Cuba e o pianista cubano Frank Fernandéz. "É particularmente especial poder tocar ao lado de artistas locais", diz Vänska em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. "Um dos propósitos da música é unir as pessoas e estimular o diálogo. Vamos compartilhar nossas experiências com eles e receber também o que eles têm a nos oferecer. É a união de artistas dos dois países em torno do prazer de fazer música juntos. Não se pode mudar a história, seja a de um país, seja a de uma pessoa. Mas é possível começar algo novo e a música sugere justamente a possibilidade desse recomeço." Recomeço é um termo particularmente importante para a Sinfônica de Minnesota. O grupo voltou a se apresentar recentemente, após dezesseis meses de paralisação relacionada a pagamentos de músicos, dívidas e questões administrativas. Ao longo desse período, Vänska chegou a se demitir, sendo mais tarde reconduzido ao posto de diretor musical. "Vivemos momentos difíceis e aprendemos muito com eles. Após tanto tempo marcado por más notícias, essa viagem é a chance de mostrar ao mundo que estamos vivos e de volta ao trabalho, com a mesma qualidade que fez de nós uma das maiores orquestras do mundo." Vänska chegou ao Brasil, na semana passada, quando regeu a Osesp em um programa com duas sinfonias do finlandês Jean Sibelius.