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Colunista

Por que Baruel?

18 abril 2015 - 08h00

Tive a felicidade de publicar o primeiro livro de História Local, “Suzano Estrada Real – Roteiro Emocionado da Minha Cidade”, em 1994, antes de outros. Iniciei as pesquisas em 1977, depois de anos de exílio na Europa. Na Ditadura Militar quem não era bem visto por aqui corria riscos. Em 1977 busquei estabelecer parâmetros para a identidade de nossa Cidade. Um deles era reconhecer os dados historiográficos corretos da nossa formação. No século XVI, os indígenas já usavam um caminho que ligava a nossa região ao litoral. No século XVII essa trilha, já mais percorrida, era conhecida por “Estrada Real do Guaió”, passando entre os rios Guaió e Taiaçubepa-Mirim. Nesse percurso, no último quarto do século XVII, descobre-se um veio de ouro em rio da região chamada de “Caaguaçu” (mato grande), o que atrai muita gente, em busca de riqueza. O que era apenas uma passagem, uma pousada, vai tornando-se em núcleo populacional. Já no início do século XVIII, é designado para o local, o padre António de Souza e Oliveira, que cria ali uma capela a Nossa Senhora da Piedade, por volta de 1720. Mas esse padre não permanece por lá. E em 1750 é nomeado António Frazão Meireles como Administrador e Bruno Novais como Capitão da Capela. Essas nomeações indicam a importância local. Talvez até pelo rio que apresentava ouro, o local ainda era conhecido por “Itaiassupeva”. Na segunda metade do século XVIII, um rico fazendeiro se estabelece ali, António Francisco Baruel. Descendia do pirata inglês Henry Barwell, deixado na costa brasileira e socorrido pelos indígenas do Chefe Tibiriça, vindo a se casar com uma filha dele. Pela importância do proprietário o local começa a ser chamado pelo seu sobrenome, Baruel. No início do século XIX a família Baruel já havia deixado o lugar, que ainda continuava crescendo. Em 1870 é instalada ali, na Capela, a primeira escola da região, “uma classe para meninos”. Mas os anos seguintes mostram o abandono da sua gente com a implantação da Estrada de Ferro, depois de 1875, instalando-se junto a Parada Piedade, uma homenagem a importante capela de outrora. E é junto a Ferrovia que vamos crescer ao que somos hoje. Baruel só teve essa denominação em razão do fazendeiro, ainda que outros dessa família possam ter passado por lá. Afirmações diversas não tem nenhum fundamento histórico documental. Precisamos saber disso. A antiga capela ruiu em fins do século XIX e foi construída a atual, por Roberto Bianchi, em 1916.

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