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Jornal Diário de Suzano - 23/04/2024
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Coluna

Não é para agradar, é para informar

20 janeiro 2022 - 05h00


Muitos foram os assuntos sobre os quais pensei para escrever o meu artigo de estreia no Diário de Suzano. Primeiro imaginei relembrar a minha trajetória dentro do Grupo DS de Comunicação. Da minha chegada em outubro de 2006 como estagiário do Gil Fuentes, até a função de apresentador e editor-chefe do "Jornal Sempre Mais", o jornal da rádio "Sempre Mais FM", em junho de 2010. Depois quis contar da importância do convívio com profissionais como o Gil Fuentes, a quem carinhosamente chamo de meu "padrinho profissional", sêo Octavio Thadeu de Moraes, diretor-presidente do Grupo DS, e Edgar Leite, editor-chefe do Diário de Suzano, para a minha formação como profissional. Afinal, cheguei ao DS como um estudante de jornalismo saído da zona rural de Mogi das Cruzes e deixei o Diário de Suzano pronto para seguir a minha carreira.
Porém, acompanhando as notícias ao longo dos últimos dias, senti uma mistura de surpresa e revolta quando vi que o ministro da Saúde havia proibido a entrada de repórteres em um local onde ele faria um pronunciamento. Essa não foi a primeira vez que integrantes do governo federal, tendo como exemplo a conduta do próprio presidente, menosprezam, maltratam e criminalizam o trabalho da imprensa. Foi mais esse episódio de desrespeito à imprensa e aos profissionais que estavam lá apenas para fazer o trabalho deles que me fez enxergar qual seria o tema deste artigo: a liberdade de imprensa. Afinal, é por causa desse princípio constitucional que estamos aqui hoje. Eu escrevendo e você lendo.
Não é de hoje que vejo e, assim como muitos colegas, sofro com ataques à minha profissão, às empresas que represento quando estou em campo e, consequentemente, a imprensa como pilar democrático. Quando atuei na mídia impressa, as acusações eram de que o jornal era "vendido" para a prefeitura. 
Depois, nos quase sete anos e meio que trabalhei na TV Diário, tive que ouvir gritos de, primeiro, "Globo golpista" e depois de "Globo lixo" e "Globo comunista". Nos dois anos e meio que estive na Record de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, os xingamentos também existiram. Diferentes, mas sempre contestando a credibilidade e seriedade com as quais as notícias eram apresentadas. Por enquanto, nestes quatro primeiros meses no SBT de São José dos Campos, ainda não passei por uma situação parecida.
Ataques à imprensa não é algo novo, mas também é verdade que o governo Bolsonaro potencializou essa prática. O que as pessoas precisam entender é que o trabalho da imprensa não é contar o que elas querem saber, da maneira que elas querem ver, ouvir ou ler. 
O trabalho da imprensa é relatar os fatos. Sejam esses favoráveis ao que elas pensam ou não. O que é verdade continua sendo verdade com você gostando dela ou detestando. O nosso trabalho não é agradar. Estamos aqui para informar. E para informar vamos sempre questionar. Até porque, como já disse o mestre Millôr Fernandes: "Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados".