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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

Praças Comunitárias

16 outubro 2019 - 23h59
No dia 17 de setembro próximo passado, o Diário de Suzano publicou a reportagem "Jardim Monte Cristo ganha praça comunitária" e trouxe ao leitor a experiência da constituição de uma praça, espaço público e comunitário, voltada ao lazer e à convivência entre vizinhos. O texto diz que "por meio do Viveiro Municipal Tomoe Uemura, o setor concede os materiais e oferece a capacitação, enquanto os moradores executam o serviço e ficam responsáveis pela fiscalização e pela manutenção". A reportagem relatou também que a situação local "até então sem conservação, alvo de despejo de lixo e de entulho, recebe, agora, limpeza, jardim, bancos, pintura e academia ao ar livre, o que alterou todo o visual" e valorizou a iniciativa do morador Antônio de Souza Bispo, responsável pela mobilização dos vizinhos para a valorização da praça. Por fim, apresentou outras iniciativas semelhantes em Suzano ao afirmar que há "outras nove áreas revitalizadas pelo projeto Praça Comunitária" localizadas "nos bairros Jardim Europa, Jardim Nazareth, Chácaras Méa, Miguel Badra, Jardim Leblon (três) e Jardim Colorado (duas)".
Iniciativa local também ocorreu em São Paulo. Um grupo de pessoas interessadas em construir uma "cidade mais humana" e preocupadas com a falta de ocupação, vida, vivência e condições de uso das praças próximas de suas residências, iniciou o "Movimento Boa Praça". Segundo anuncia o blog do movimento, a intenção é, por meio de exemplos e iniciativas, "mobilizar cidadãos, empresas, governos e instituições para ocupar, criar e revitalizar espaços públicos, em especial as praças da cidade, devolvendo a eles o seu propósito inicial: o de locais de convívio, lazer, debate e inclusão".
Desde 2008, o referido movimento realiza atividades e projetos, como piqueniques comunitários, revitalizações, palestras, cursos, ações educativas, instalação de mobiliário, consultorias e planejamento de ações de voluntariado. Nos mais de 50 piqueniques promovidos em diversas praças de São Paulo, os vizinhos são convidados a se conhecer, compartilhar suas habilidades, conhecimentos e a promover melhorias na praça. Por meio de mutirões de plantio, catação de lixo, pintura, reparos, procura-se melhorar o espaço. Ao mesmo tempo, por meio das atividades culturais e recreativas, como oficinas, exibições de cinema, feiras de troca, jogos, aulas, saraus, apresentações de música, procura-se praticar a ocupação do espaço. O Movimento Boa Praça, além das ocupações, das vivências, também arregimenta diferentes talentos para pensar, refletir e agir sobre esses espaços urbanos, disputa editais públicos para buscar financiamento, promove cursos, e contribuiu na criação de Lei Municipal sobre gestão participativa de Praças (Lei Nº 16.212/2015).
Em Suzano, a iniciativa do Antônio no Jardim Monte Cristo é benvinda e merece ser multiplicada. As iniciativas locais como tais podem se beneficiar do mútuo reconhecimento, da visita coletiva às praças existentes, da promoção de atividades recreativas e piqueniques conjuntamente, da formação de uma rede municipal de praças e da troca de experiências com iniciativas semelhantes em outros municípios.
Do poder executivo, além do apoio às iniciativas comunitárias já realizado, espera-se um cadastro público com as praças existentes bem como com os terrenos públicos com potencial de praça, com tamanhos e vocações diversos. Espera-se também a formalização de um programa de política pública bem como a destinação de recursos orçamentários para a efetivação das ações.
O poder legislativo também pode dar seu quinhão de contribuição, por meio da promoção de seminários e debates a partir dos quais se possa gerar legislação específica e Emendas ao Plano Diretor que reconheça as praças como instrumentos de humanização da cidade e fortalecimento dos movimentos comunitários.