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Jornal Diário de Suzano - 09/05/2024
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Coluna

Transtorno do Espectro Autista

29 setembro 2022 - 05h00

“Doutor, acho que meu filho tem Autismo! O que devo fazer?”
Estimule! Se eu tivesse a certeza que apenas essa palavra faria sentido para vocês, eu pararia por aqui! Mas vou me explicar...
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) deixou de ser um tabu há muitos anos. Com uma incidência atual de aproximadamente 01 criança para cada 50 nascidos vivos e uma prevalência de quase 2% de todas as crianças e adolescentes do mundo, hoje não são mais os autistas que devem se adaptar ao mundo mas sim, o mundo que deve adaptar-se a eles.
Mesmo com esse número expressivo, dados recentes mostram que nosso país ainda tem um atraso muito importante no diagnóstico dos quadros de TEA. Em média, as primeiras queixas dos pais acontecem entre 2 e 3 anos de idade porém, o diagnóstico e início de terapias acontece apenas próximo dos 6, seja decorrente da falta de capacidade profissional ou pela dificuldade de acesso a eles.
E isso é relevante? MUITO! O cérebro da criança, principalmente até os 3 - 4 anos de vida, tem uma capacidade impressionante de adquirir novas funções e habilidades através dos estímulos certos (a famosa Neuroplasticidade da criança). Portanto, quanto mais cedo estimulada, maior será o seu ganho a curto e a longo prazo.
E agora sim, acho que já posso te responder. “Doutor, acho que meu filho tem Autismo! O que devo fazer?”:
- Estimule!
Claro que você deve procurar, o mais rápido possível, um médico capacitado que irá lhe auxiliar na condução do caso. Apenas o preenchimento de critérios diagnósticos muitas vezes não é suficiente: atraso na fala não é TEA; ter um movimento repetitivo, não é TEA; andar na ponta dos pés ou ter preferência por uma comida, não é TEA. É necessário observar a criança como um todo.
 Mas não é necessário que esse diagnóstico seja feito o mais rápido possível? NÃO. O diagnóstico definitivo é o que menos importa em um primeiro momento. É necessário apenas que seja feita uma suspeita e imediatamente encaminhada para estimulação.
 Se o atraso é na fala, converse mais com seu filho, leia histórias, procure ajuda fonoaudióloga. 
Se está tendo problemas nos relacionamentos sociais, um profissional da psicologia será de grande valia. Se está tendo problemas em lidar com as situações do dia a dia,  a Terapia Ocupacional poderá fazer a diferença.
Estimule! Nunca lhes fará mal! 
O tempo irá se incumbir de mostrar se foi apenas um excesso de zelo e preocupação, ou se você realmente mudou a vida do seu filho para sempre!