Empresários do setor de construção civil, representantes do governo e de bancos públicos estão estudando uma nova tabela de preços para os imóveis do programa Minha Casa Minha Vida, de acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. Segundo ele, as discussões podem levar a mudanças nas categorias de preços que são baseadas no número de habitantes de cada cidade. Atualmente, os valores para contratação dos imóveis do programa são divididos em cinco faixas. Nas cidades com até 50 mil habitantes, por exemplo, o preço máximo da unidade é de R$ 90 mil. No outro extremo, o limite de valor dos empreendimentos para contratação é de R$ 190 mil nos municípios integrantes das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Segundo o executivo, novos segmentos podem ser criados de acordo com número de habitantes ou até com a introdução de novos conceitos. "Hoje, cidades com 51 mil habitantes têm o mesmo valor máximo de imóvel que cidades com 250 mil habitantes, mas elas são totalmente diferentes", afirmou o executivo. "É preciso discutir essa estrutura", acrescentou. Reajuste de preços Na última quinta-feira, o Ministério das Cidades informou que o reajuste de preços ficará em cerca de 10% em todas as faixas de renda dos compradores e para todas as regiões. Entretanto, já como o último reajuste no teto de preços ocorreu em 2012, representantes do setor argumentam que essa porcentagem pode ser insuficiente. Segundo o vice-presidente de Habitação Econômica do Secovi-SP, Flávio Prando, o limite na região de São Paulo deveria ser elevado para, ao menos, R$ 235 mil. "O reajuste precisa acompanhar o resto do mercado e o aumento de custos que foi observado na cidade", afirmou. "Ao manter os tetos reduzidos, os imóveis do programa vão ficando cada vez mais longe do centro da região metropolitana", para locais onde os valores da habitação também são menores.