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Economia

'Estamos pagando custo do passado', diz Ilan Goldfajn

31 maio 2015 - 08h00

O Produto Interno Bruto (PIB) do 1º trimestre veio um pouco menos negativo que o esperado, mas Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, não vê alívio. Segundo ele, haverá piora significativa no segundo trimestre. Já no terceiro trimestre, o PIB pode parar de piorar, mas ainda estará longe de desempenho positivo. Como o sr. viu o resultado do PIB do primeiro trimestre? O tom geral é que continuamos com uma economia fraca. Houve queda de 0,2%, é um resultado negativo, que vem depois de PIBs fracos nos últimos tempos. Nós tínhamos previsto queda de 0,4%, logo, foi um pouquinho melhor, mas a tendência ainda é de queda. Considerando o grau de incerteza natural nesse tipo de projeção, está mais ou menos em linha. A tendência é de queda e acho que no 2º trimestre deste ano certamente esse número negativo vai se aprofundar. Estimamos queda de 1%, com viés de baixa. Pode até ser pior, algo como -1,5%. Por que o 2º trimestre deve ser tão ruim? No 1º trimestre tivemos queda de investimento de 1,3%, e acho que vai ser maior no segundo trimestre. O recuo do investimento no primeiro trimestre foi menor do que prevíamos, de 3,6%, mas não estou esperançoso de que seja melhor no segundo Todas as estimativas de confiança ainda estão muito baixas, em queda, assim como os dados de bens de capital, de produção, e os estoques estão altos. Não parece que chegamos ao fim do poço. O consumo teve queda de 1,5% no primeiro trimestre e continuará caindo. Olhando mais à frente, a economia pode se recuperar no segundo semestre? Temos de avaliar se no terceiro trimestre o PIB deixará de ser negativo. Não me parece que vamos ter um alívio, mas talvez a economia deixe de cair como no segundo trimestre. Talvez o segundo trimestre venha a ser o pior. É diferente ter um terceiro trimestre bom ou um terceiro trimestre que não é tão ruim quanto o segundo. Talvez seja algo perto de zero, ou negativo em 0,1%, 0,2%. Qual a sua projeção do PIB para o ano? E para 2016? Estamos com queda de 1,5% para este ano. Hoje, achamos que está bem calibrada. Estávamos com a tendência de revisar para pior, mas com o primeiro trimestre um pouco melhor que o previsto, provavelmente vamos ficar em -1,5%, apesar de o segundo trimestre estar vindo um pouquinho pior que o antecipado. Para 2016, crescimento de algo em torno de 0,5%, nosso número oficial é 0,7%. Teria recomendação final em termos de política econômica? O governo deve perseverar nos ajustes e tentar avançar, porque será a única forma de a gente sair dessa situação de crescimento negativo. As concessões de infraestrutura são essenciais nesse processo também, porque de um lado ajudam na produtividade e do outro dão um pouquinho de demanda também.

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