Principal motor da política econômica montada pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sofrerá uma freada brusca este ano, com redução de 33% no ritmo de execução das obras, segundo estimativa do Ministério do Planejamento. Com pouco dinheiro, os ministérios foram instruídos a alongar o cronograma dos projetos, como forma de gastar menos nesse período. Assim, muitas inaugurações que estavam previstas para 2015 e 2016 serão, mais uma vez, adiadas. O corte no Orçamento se soma aos efeitos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), que apura desvio de recursos públicos envolvendo as maiores empreiteiras do País. Elas atuavam principalmente em contratos com empresas estatais, como Petrobras e Eletrobrás, e o impacto das investigações sobre os investimentos é ainda incalculável. As estatais sofrem, além do mais, os efeitos da crise econômica, que engessam os novos empreendimentos. Tudo somado, as inaugurações de obras importantes sofrerão atrasos de anos. Se antes os adiamentos se justificavam por entraves como licenciamento ambiental e burocracia, agora são amplificados pela corrupção e o atoleiro econômico. É o caso, por exemplo, da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Até o ano passado, a previsão era concluir essa malha em construção na Bahia até abril de 2016 (prazo que já incluía três anos de atraso em relação ao cronograma original), mas a nova data foi jogada para fevereiro de 2018. O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) deverá ser entregue em outubro de 2017, um ano e dois meses depois da data prevista no final do ano passado. A Refinaria Abreu e Lima, pivô dos focos de corrupção encontrados na Lava Jato, só deverá ficar pronta no fim de 2018. Se tudo tivesse corrido como o programado, ela teria sido concluída em maio passado.