Mesmo diante de problemas climáticos, a safra de grãos neste ano deverá ser recorde no Brasil. Números divulgados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram produção de cerca de 200 milhões de toneladas. O Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) feito em março pelo IBGE apontou safra de 199,7 milhões de toneladas neste ano, alta de 3,6% sobre 2014. O dado trouxe um incremento de 6,9 milhões de toneladas em relação à projeção de fevereiro, puxado pela maior produção total de milho e de feijão de segunda safra. As intenções de plantio de trigo também melhoraram na passagem do mês. Já a área a ser colhida deve avançar 1,7% ante o ano passado, para 57,3 milhões de hectares. A soja responde por quase metade da colheita nacional este ano, mas o volume produzido do grão foi revisado para baixo em 0,1%. Mesmo assim, o IBGE ainda estima um recorde, com 94,785 milhões de toneladas, o que significa crescimento de 9,7% em relação a 2014. "A produção da soja está batendo recordes atrás de recordes. Mas houve uma revisão para baixo na estimativa em relação a fevereiro devido à estiagem", disse o gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, Mauro Andreazzi. Aumentos O maior rendimento e a aposta dos agricultores, mesmo diante de calendário atrasado em função do tempo seco, levaram à revisão altista da produção de milho. As duas safras do grão devem somar 75,876 milhões de toneladas. Ainda assim, só a primeira safra será maior do que no ano passado. A segunda, há quatro anos a mais expressiva, deve registrar queda de 6,7%. Conab No ano-safra 2014/2015, a Conab estima produção de 200,68 milhões de toneladas, alta de 3,6% ante o período anterior (2013/2014), segundo o levantamento de abril. Com a colheita em pleno andamento, a soja é o destaque.