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Esportes

Secretaria de Esportes de Mogi oferece aulas gratuitas de Capoeira no Parque da Cidade

Interessado deve se inscrever no site da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (esportemogi.com.br)

12 março 2020 - 13h26Por de Mogi

Símbolo cultural brasileiro, a capoeira é ministrada gratuitamente em Mogi das Cruzes, no Parque da Cidade. São duas turmas, cada uma com um estilo diferente da luta. Todas as terças-feiras, das 15h às 16h30, acontece a Capoeira de Angola. Já no sábado, das 10h30 às 12h, a Capoeira Regional, ou Contemporânea, é realizada. Para participar, o interessado deve se inscrever no site da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (esportemogi.com.br) e se matricular na modalidade desejada. Crianças com idade a partir dos 3 anos já podem participar.

A Capoeira Regional é o estilo contemporâneo da luta, a modalidade agrega outras artes-maciais em sua prática e utiliza com frequência os movimentos dos pés. Já a Capoeira da Angola é o estilo que era utilizado pelos escravos no Brasil no século XVII: consiste em músicas mais lentas que o contemporâneo e os movimentos são mais próximos do chão.

 “Em 2014, as rodas de capoeiras foram declaradas Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco e por isso devem possuir o devido reconhecimento. Ensinar para as crianças toda a história que envolve esta expressão cultural brasileira e como praticá-la é de grande importância”, comentou o secretário de Esporte e Lazer, Nilo Guimarães.

As aulas de Capoeira Regional no Parque da Cidade são ministradas por Alexandre Pereira, formado em Educação Física e professor de capoeira desde 1998. Ele citou as vantagens da luta no desenvolvimento das crianças. “Os benefícios são diversos. Ajuda na liberação do estresse, na maior flexibilidade e condicionamento físico dos alunos. Além de melhorar a coordenação motora, a autoconfiança da criança e principalmente o respeito ao próximo”, comentou.

O professor ainda falou sobre a inclusão da modalidade. “No Parque da Cidade, nós atendemos alunos com deficiência, como portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Síndrome de Down. A capoeira é inclusiva e aceita todos que se desejam participar.”

Vanessa Oliveira, mãe de um dos alunos do professor Alexandre, comentou sobre a ajuda da capoeira no desenvolvimento do seu filho Pietro, de 4 anos. “Faz um ano que ele pratica (capoeira) e tem ajudado muito no seu desenvolvimento e na coordenação motora, ele ganhou mais confiança e melhorou bastante sua fala. Antes até pensei em procurar um ‘fono’ (profissional responsável pelos cuidados da audição, da linguagem oral, da articulação da fala, entre outros) porque quase não entendia o que ele falava, mas com a musicalidade dentro da capoeira ele foi melhorando bastante a sua fala.”

“O Pietro começou a frequentar a capoeira com 3 anos de idade. No começo fiquei meio receosa, pois não conhecia muito bem. Para mim era simplesmente uma luta, mas como ele viu e gostou, deixei ele participar”, lembrou a mãe sobre o começo do filho na capoeira.

A funcionária pública Adrianne Melo, mãe do aluno Leonardo Henrique, conhecido como Samurai, também falou sobre os benefícios da capoeira na vida do seu filho. “Nas aulas, o professor demonstra muita preocupação com o desenvolvimento pessoal de cada aluno, aconselhando para a vida, incentivando bons comportamentos perante a família e boas notas nas escolas, além de amor e respeito à cultura africana.”

O Parque da Cidade fica na Rua Jaderlina de Almeida Lopes, s/n – Parque Santana e abre todos os dias, das 7h às 19h. Mais informações podem ser obtidas pelo número 4798-4087. (Erik Marçal)

História da Capoeira

A capoeira tem sua origem no século XVII, pelos negros escravizados da etnia banto. Os fugitivos da escravidão usavam a vegetação rasteira para fugirem dos senhores de engenho, fazendo movimentos próximos ao chão para não serem percebidos, além de utilizarem os movimentos para defesa física. A música africana foi acrescentada na capoeira, como forma de resguardar a cultura dos países de origem dos escravos.

Uma característica única da modalidade que a difere de outras lutas é que as rodas de capoeira sempre são acompanhadas de músicas. Os instrumentos mais utilizados são o berimbau, as palmas, que acompanham o bater do berimbau, e as vozes das pessoas que entoam os cânticos. No centro do círculo, dois lutadores jogam e fazem seus movimentos, trocando sempre que necessário.

Principalmente ter sido popular no Quilombo dos Palmares (maior símbolo da resistência à escravidão no Brasil), a pratica da capoeira foi proibida no Brasil até 1930, quando o mestre Bimba fez uma apresentação de capoeira para o então presidente Getúlio Vargas, que a transformou em um esporte nacional e símbolo da identidade brasileira.