O ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, disse em depoimento à CPI da Petrobras ontem que foram solicitados à SBM Offshore recursos para campanha eleitoral e que os valores foram repassados ao PT, via o tesoureiro João Vaccari Neto. Questionado a quem eram destinados os valores, Barusco disse que o dinheiro foi dado na época da eleição presidencial em que disputavam o tucano José Serra contra a petista Dilma Rousseff, em 2010. Ele ressaltou que o dinheiro, cerca de US$ 300 mil, foi encaminhado ao PT. "Foi solicitado a SBM um patrocínio de campanha, só que não foi dado por eles diretamente. Eu recebi o dinheiro e repassei num acerto de contas em outro recebimento", afirmou. Delator do esquema de corrupção na Petrobras, o ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco também admitiu temer por sua vida. Barusco foi questionado pelo deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) se não teria medo de acabar como o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, que foi assassinado em 2002. "Medo eu tenho. Todo mundo tem medo. Foi uma situação em que me coloquei e tenho de enfrentar", respondeu. O ex-gerente executivo disse no início da tarde de ontem à CPI da Petrobras que cabia aos operadores negociar o recebimento de propina com as empresas e que as negociações giravam em torno de contratos. Barusco afirmou que João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, recebeu dinheiro diretamente das empresas e que ele não conhece outro operador do esquema além do petista. "Não sei quem deu procuração para o Vaccari atuar", declarou o ex-gerente. Segundo ele, os empresários conheciam o petista. No depoimento, Barusco revelou ter tido encontros com Vaccari em hotéis, mas que geralmente o petista se encontrava com mais frequência com o ex-diretor Renato Duque. De acordo com Barusco, os encontros se deram nos hotéis Meliá, Sofitel da rua Sena Madureira, em São Paulo, e no Windsor Copacabana, no Rio de Janeiro. Deputados sugeriram que sejam requisitadas as imagens internas dos hotéis.