A cunhada do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, afirmou que viajou ao Panamá para participar do Fórum Sindical das Américas. Como coordenadora financeira do Centro Sindical das Américas, Marice Correa Lima representou a entidade no congresso realizado naquele país da América Central. Ela disse que não foi lavar dinheiro ilícito nem destruir provas. Marice foi interrogada pela Polícia Federal (PF), ontem no Paraná. Ela está sob investigação por supostamente ter recebido propina da OAS, que fez parte do cartel de empreiteiras na Petrobras entre 2004 e 2014. A cunhada entregou-se à PF na última sexta-feira, depois de regressar da viagem ao Panamá. Ela teve prisão temporária decretada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato. Marice pretende derrubar as especulações que surgiram sobre os motivos de sua viagem ao exterior depois que a PF tentou localizá-la em sua casa, no bairro da Bela Vista, em São Paulo, e não a encontrou na última quarta-feira. Uma das hipóteses que cercava sua viagem dava conta de que ela teria se deslocado ao Panamá, um paraíso fiscal, para destruir provas e alterar supostos registros cartorários e bancários sobre offshores e remessas de valores dos Vaccari. A cunhada explicou que já se havia deslocado ao Panamá vários dias antes da ordem de prisão contra ela decretada. Marice afirma que soube do decreto de sua prisão quando já estava em férias na Costa Rica, país vizinho do Panamá - para não ser enquadrada como foragida ela imediatamente retornou a este país e, depois, embarcou para o Brasil, onde chegou na última sexta-feira, e espontaneamente apresentou-se à PF em Curitiba, base da Lava Jato. "Não havia nenhuma restrição, nenhuma ordem judicial que impedisse Marice de sair do País e, seguramente, ela não sabia que poderia ter sua prisão temporária decretada", assinala o advogado Cláudio Pimentel, que defende a cunhada do ex-tesoureiro do PT.