O vice-presidente Michel Temer (PMDB) afirmou ontem que a decisão da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo veto ou pela sanção da emenda que flexibilizou o fator previdenciário deve sair hoje. Após participar de reunião de coordenação política com a petista e 12 ministros de Estado, Temer destacou que o governo está elaborando estudos sobre o tema e que ainda há tempo antes do prazo legal para o Planalto se manifestar, que acaba amanhã. "Entre hoje (ontem) e amanhã (hoje) tem uma eternidade", disse Temer. Os ministros de Dilma estão divididos quanto ao caminho a ser tomado em relação à emenda que modificou regras do fator previdenciário, incluída pelos parlamentares em uma das medidas provisórias do ajuste fiscal. A equipe econômica quer que a presidente vete a emenda, sob o argumento de que sancioná-la enviaria um "sinal trocado" na política de controle dos gastos públicos. Embora a proposta não traga grande impacto no curto prazo, cálculos do governo apontam que em dez anos a conta deverá somar R$ 40 bilhões. Por outro lado, ministros mais políticos argumentam que o Planalto não está em situação de abrir uma nova frente de disputa com o Congresso Nacional. A flexibilização do fator teve amplo apoio entre deputados e senadores e a avaliação é que um veto tem grandes chances de ser derrubado pelo Legislativo. Esses auxiliares dizem que o melhor é sancionar o texto e em seguida enviar ao Legislativo uma proposta que inclua travas à emenda aprovada pelos parlamentares. Uma das ideias discutidas internamente no governo é estabelecer um cálculo progressivo, pelo qual a fórmula 85/95 aumentaria de acordo com a evolução da expectativa de vida da população. O tema tem centralizado as atenções do Planalto. No último domingo, já houve uma primeira reunião para tratar do assunto.