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Nacional

Dilma admite que pode ter cometido ‘erro de dosagem’ na economia

17 março 2015 - 08h01

A presidente Dilma Rousseff (PT) falou ontem pela primeira vez após as manifestações do último domingo e admitiu que seu governo pode ter cometido "algum erro de dosagem" na política econômica anticíclica adotada no primeiro mandato. Ela também comentou sobre os protestos que ocorreram no País. "É possível que a gente possa até ter cometido algum (erro)", declarou a petista, em coletiva de imprensa após a sanção do Novo Código do Processo Civil, no Palácio do Planalto. "A economia não reagiu. Ninguém pode negar que fizemos de tudo para a economia reagir. Podem falar que era melhor deixar quebrar, mas eu não acredito nisso. "Devemos iniciar outro caminho para garantir o emprego e o crescimento econômico", acrescentou Dilma, que também argumentou que não é aceitável que o País volte a ter os níveis de desemprego registrados no passado. Manifestações A presidente afirmou que os protestos representam uma "inequívoca demonstração de que o Brasil de agora é um País democrático". Ela disse que na democracia se respeitam as urnas e que seu governo sempre ouvirá as ruas, "legítimos espaços de manifestação popular, pacífica e sem violência". "Diante do convite da ruptura da normalidade política", o Brasil escolheu o caminho da democracia e "do respeito de todos os princípios constitucionais", destacou a petista. "Um País que, amparado na separação dos poderes e na democracia representativa e na livre manifestação popular - nas ruas e nas urnas - se torna cada vez mais impermeável ao preconceito, à intolerância, à violência, ao golpismo e ao retrocesso", afirmou. Ela prometeu ainda ouvir as demandas da sociedade e dialogar com as diversas forças políticas do País. Ainda segundo Dilma, o "sentimento tem de ser de humildade e de firmeza". A presidente reconheceu que uma das principais queixas das manifestações é a corrupção. A presidente destacou ainda que o Poder Executivo assegura liberdade de ação da Polícia Federal e reconhece a autonomia do Ministério Público para que sejam investigadas denúncias de crimes "de qualquer espécie" e prometeu encaminhar ao Congresso o pacote de projetos para endurecer a punição a corruptos. PMDB Depois de o Palácio do Planalto patrocinar nos bastidores a investidura do ministro Gilberto Kassab na criação de um novo partido, em um esforço para tornar o governo menos dependente do PMDB, a presidente disse ontem que não tem a intenção de isolar a sigla comandada pelo vice-presidente Michel Temer. "Quanto à questão de isolar o PMDB, longe de nós querer isolar o PMDB. Pelo contrário, o vice-presidente na minha chapa é o companheiro Michel Temer, extremamente solidário. Nós temos uma parceria com o PMDB, o PMDB integra o governo, participa do governo", disse Dilma. O PMDB reivindica mais espaço na Esplanada dos Ministérios, além de querer ser mais consultado pelo Palácio do Planalto na articulação de aprovação de matérias de interesse do governo.

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