O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou ontem que a presidente Dilma Rousseff (PT) reconduzirá Rodrigo Janot ao cargo de procurador-geral da República por mais dois anos. Ela recebeu Janot e Cardozo no Palácio da Alvorada na manhã de ontem para informar sua decisão. De acordo com Cardozo, a presidente disse a Janot que encaminharia seu nome ao Senado. Para permanecer no cargo, o procurador-geral precisa passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ser aprovado pelo plenário da Casa. O ministro da Justiça disse que a presidente sempre teve uma "postura de respeito à autonomia do Ministério Público" e que, por isso, está indicando o nome que obteve maior aprovação pela categoria. Em eleição realizada na última quarta-feira, Janot foi o mais votado, conquistando 799 votos contra 462 do segundo colocado, o subprocurador Mário Bonsaglia. "O governo entende que o Ministério Público tem o legítimo direito de indicar o nome da pessoa que deve conduzi-lo e com isso obviamente manifesta sua posição pela autonomia, que está assegurada na Constituição, do Ministério Público", disse Cardozo ao deixar o Palácio da Alvorada. Questionado sobre o que o governo pensa sobre as críticas que vêm sendo feitas a Janot sobre seu trabalho na condução da Lava Jato, Cardozo repetiu que o governo pensa que é preciso que haja autonomia do órgão e que a Constituição "garantiu a liberdade investigatória àqueles que devem atuar nessa área. É evidente que nós não podemos condenar pessoas jamais sem que seja assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa, também estabelecidos na Constituição", disse. LÍDER DO GOVERNO O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou que, ao indicar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para mais um mandato, a presidente Dilma Rousseff "seguiu a lógica" usada nos últimos anos. "A decisão da presidente Dilma seguiu a lógica. Como o nome do Janot foi o mais votado, o natural era ele ser encaminhado ao Senado. Agora caberá aos senadores apreciar a indicação", completou o senador petista.