O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, abriu ontem ação penal contra o empresário Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da Construtora Odebrecht, e mais 12 investigados por corrupção e lavagem de dinheiro. Moro também recebeu denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra executivos ligados à maior empreiteira do País - Marcio Faria da Silva, Rogério Araujo, César Ramos Rocha e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Paulo Boghossian , o doleiro Alberto Youssef, o operador de propinas Bernardo Freiburghaus, os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviço), o ex-gerente de Engenharia estatal Pedro Barusco e o funcionário da companhia Celso Araripe D'Oliveira. "Marcelo Bahia Odebrecht seria o presidente da holding do Grupo Odebrecht e estaria envolvido diretamente na prática dos crimes, orientando a atuação dos demais, o que estaria evidenciado principalmente por mensagens a eles dirigidas e anotações pessoais, apreendidas no curso das investigações", diz Moro. Esta é a primeira ação penal contra Marcelo Odebrecht preso desde 19 de junho. A empreiteira nega envolvimento com o cartel instalado na Petrobras e pagamento de propinas. radioatividade A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de ontem a 16ª Fase da Operação Lava Jato, chamada Radioatividade. Cerca de 180 policiais cumpriram 30 mandados judiciais - 23 de busca e apreensão, dois de prisão temporária e cinco de condução coercitiva. As ações ocorreram em Brasília, no Rio de Janeiro, em Niterói, São Paulo e Barueri. O foco das investigações são contratos firmados por empresas já mencionadas na Operação Lava Jato com a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. Na Capital federal, um dos alvos de busca foi o escritório da Eletronuclear no Edifício Via Capital Centro Empresarial, no Setor Bancário Norte. O juiz Sérgio Moro determinou ontem o bloqueio de até R$ 20 milhões nas contas do presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso ontem. A medida tem objetivo de garantir ressarcimento aos cofres públicos, no caso de eventual condenação, e também atinge a empresa Aratec Engenharia, que pertence a Othon Silva, e o executivo da Andrade Gutierrez Flávio David Barra, que também foi preso.