A CPI da Petrobras tomará depoimento do ex-diretor de serviços da estatal Renato Duque na sede da Polícia Federal em Brasília amanhã, disse ontem o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PPS-PR). O presidente, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), o relator, Luiz Sérgio (PT-RJ) e os subrelatores da CPI foram informados ontem que o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da operação Lava Jato, enviou despacho autorizando a viagem do ex-diretor de serviços da Petrobras a Brasília. Como um ato da Mesa Diretora da Câmara proíbe que pessoas presas prestem depoimento na Casa, Duque terá de ser ouvido em outro local. No caso, o depoimento ocorrerá na sede da Polícia Federal em Brasília. A Polícia Federal deflagrou, na última segunda-feira, a décima fase da Operação Lava Jato. Renato Duque foi preso, novamente, em sua casa no Rio de Janeiro e levado para a Superintendência da PF em Curitiba. A CPI da Petrobras também determinou ontem, o cronograma de depoimentos de supostos envolvidos no esquema de corrupção na estatal. Depois de ouvir Duque amanhã, serão ouvidas mais duas pessoas. Na quinta-feira da semana que vem, dia 26, será ouvido Julio Faerman, representante da SBM Offshore no Brasil. No dia 31, Glauco Legatti, ex-gerente-geral da refinaria Abreu e Lima. O novo diretor de Gás e Energia da companhia, Hugo Repsold, também será ouvido pela CPI. Esse depoimento, no entanto, ficou marcado para depois da Páscoa, no dia 7 de abril, uma terça-feira. Na última segunda-feira, no primeiro evento público após assumir a diretoria de Gás e Energia da Petrobras, Repsold classificou a atual fase da estatal como "delicada" e de "grande complexidade", referindo-se à crise que abateu a empresa desde 2014, com a deflagração da Operação Lava Jato, e que resultou na demissão coletiva dos ex-diretores e da presidente, Graça Foster. Segundo o executivo, a diretoria tem "tarefa árdua" para concluir o balanço contábil com "números claros e auditados". "Estamos vivendo um momento delicado, de grande complexidade. Estamos em período de silêncio com a tarefa árdua de concluir as contas, terminar as demonstrações contábeis e mostrar os números para que todos conheçam e entendam. Números que sejam claros e reconhecidos, auditados", afirmou Repsold durante aula inaugural da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Repsold não mencionou prazos para concluir o balanço. A Petrobras está desde novembro sem apresentar seu balanço financeiro, em função das investigações sobre o impacto financeiro do escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A companhia deverá apresentar o relatório até maio, sob risco de ter parte das suas dívidas cobras antecipadamente.