Cerca de mil professores da rede estadual em greve, segundo a Polícia Militar (PM), aprovaram a continuidade da paralisação em assembleia realizada ontem, no vão livre do Museu de Arte em São Paulo (Masp). Os docentes, liderados pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), estão paralisados desde o dia 16 de março e pedem 75,33% de reajuste, além de melhorias nas condições de trabalho. Eles seguiram em marcha até a Marginal Pinheiros, que ficou bloqueada. Por volta das 17 horas, os manifestantes ocupavam totalmente o sentido Consolação da Avenida Paulista, em frente ao Masp. A PM acompanhou a passeata e registrou o ato em vídeo. A categoria já marcou uma nova assembleia para a próxima sexta-feira, aprovou a manutenção do acampamento de professores em frente à Secretaria Estadual de Educação (SEE) e disse que terá uma reunião com a pasta na próxima semana. Na última quinta-feira, a Justiça decidiu que o corte de salário dos professores em greve é ilegal. Na marcha de ontem, uma professora, que pediu para não ser identificada, mostrou o holerite à reportagem. Pelos 17 dias em greve no mês de março, teve um corte de R$ 1.922,32. "Mas continuo em greve", disse. A gestão do governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) considera a negociação salarial "extemporânea" e ressalta que a categoria tem o maior piso do País - cerca de R$ 2,4 mil -, além de afirmar que nos últimos quatro anos houve aumento de 45% nos salários. Alckmin já cortou parte da remuneração dos professores paralisados no mês de maio, medida suspensa em liminar da Justiça (decisão temporária) a pedido da Apeoesp.