A cúpula do PT não vai defender o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, preso pela Polícia Federal (PF) na 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco. Em reunião da Executiva Nacional do PT, ontem em Brasília, dirigentes mudaram o tom adotado em relação à prisão anterior do ex-ministro, em 2013, após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no escândalo do mensalão, e preferiram não ficar ao lado de Dirceu. A avaliação reservada é de que defender Dirceu, neste momento, pode agravar ainda mais a crise que atinge o partido e o governo Dilma, porque ninguém sabe o que está por vir. Nos bastidores, o argumento de muitos integrantes do comando petista é o de que o ex-ministro da Casa Civil que presidiu o PT de 1995 a 2002 e foi o homem forte do governo Lula pode ter montado um esquema para benefício próprio na Petrobras.
TRANSFERÊNCIA Dirceu chegou por volta das 17h25 de ontem à Superintendência da PF em Curitiba, no Paraná, base das investigações da Operação Lava Jato, sob forte esquema de segurança. A viatura da PF entrou direto na garagem da sede da corporação, com o ex-ministro no banco de trás. "Quando eles chegaram no aeroporto, a gente viu que estava acumulando muita gente aqui, foi feita uma troca de carro. Ele viria na van, como todos os presos vieram até hoje. Pedimos que ele viesse em outra viatura e entrasse por trás. É uma situação nova o que aconteceu hoje dentro da Polícia. Chegar uma hora em que a população está dentro do prédio e se acumular daquela forma. Foi por uma questão de segurança", afirmou o delegado federal Igor Romário de Paula. "Ele veio conversando tranquilamente, mas nada relacionado à investigação", completou o delegado. No momento em que Dirceu chegou, alguns manifestantes presentes no local explodiram fogos de artifício, exibindo bandeiras do Brasil e faixas de protesto contra o ex-ministro.