A frase que se tornou comum nas conversas digitais também pode revelar algo sobre o nosso tempo: falamos muito e ouvimos pouco.
No ritmo acelerado das trocas e opiniões, o espaço para escutar de verdade ficou pequeno. Mas é justamente a escuta que sustenta a colaboração, dentro e fora das empresas.
A escuta ativa é a base do engajamento e da construção conjunta.
Ela não é passiva nem neutra. É a escolha consciente de entender o outro antes de responder, de se abrir para novas perspectivas, perceber oportunidades invisíveis e encontrar, nas diferenças, o ponto de convergência que move os projetos adiante.
Em uma cultura intraempreendedora, isso se traduz em times mais maduros e conectados, que entendem que inovação não nasce de uma ideia isolada, mas de um processo coletivo em que cada voz importa.
Há, porém, um ponto essencial que muitas empresas ainda ignoram: as pessoas só se expressam quando se sentem seguras.
Sem um ambiente psicológico saudável, não há escuta verdadeira.
Quando o medo de errar ou de ser julgado é maior do que a vontade de contribuir, o silêncio se torna o maior inimigo da colaboração.
Empresas que desejam times criativos e engajados precisam começar por aí: criando espaços onde as opiniões são valorizadas, o feedback é diálogo e as diferenças são vistas como motor, não ameaça.
Escutar exige presença. Colaborar exige coragem.
E juntos, esses dois hábitos constroem a base de qualquer cultura inovadora.




Thiago Adriano é diretor de criação, estrategista e empreendedor - (Foto: Divulgação)

