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Jornal Diário de Suzano - 26/07/2024
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Divergência

Ciesp aprova e sindicatos da região criticam a Reforma Trabalhista

OAB de Suzano disse que as ações irão causar grandes impactos

16 julho 2017 - 22h16Por Lucas Lima - da Região
Sindicatos e entidades da região reprovam a mudança da Reforma Trabalhista. Para eles, a nova legislação beneficia apenas os empregadores. Além disso, afirmaram que irão estudar o texto para sofrerem menos impactos quando começar a valer em novembro. Em contrapartida, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) do Alto Tietê comentou que terá benefícios, como contratações flexíveis e maior geração de empregos.
 
Com a reforma trabalhista sancionada na última quinta-feira pelo presidente da República, Michel Temer (PMDB), a negociação entre empresas e trabalhadores prevalecerá sobre a lei em pontos como parcelamento das férias, flexibilização da jornada, participação nos lucros e resultados, intervalo de almoço, plano de cargos e salários e banco de horas. 
 
Outras questões, como Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), salário mínimo, 13º salário, seguro-desemprego, benefícios previdenciários e licença-maternidade, não poderão ser negociados.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Suzano, Pedro Alves Benites, afirmou que a nova legislação desfavorece os trabalhadores. "Cometeram um crime bárbaro contra os trabalhadores. Rasgaram a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Essa reforma foi feita para beneficiar apenas os patrões de empresas. Creio que a partir de novembro, quando começar a valer, terá muito trabalho em salubre e até mesmo pessoas contratadas para servir em poucas horas por dia. Vamos ter um quadro grave, ainda mais que muitos empresários não irão respeitar as leis, coisa que já não faziam antes", comentou. 
 
Já a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Suzano informou que as ações da nova reforma irão causar grandes impactos. Entre elas a jornada de trabalho, férias, negociações entre o funcionário e o empregador, entre outros. 
Por conta disso, o vice-presidente da entidade, Fabrício Ciconi Tsutsui, falou que nos próximos meses irão estudar para quando vigorar não sofrerem com a mudança. "O texto ainda é novo, vai causar grande impacto nas ações trabalhistas. Mas, vamos estudar por meio de cursos que iremos aplicar aos advogados para estarmos preparados".
 
De acordo com o diretor do Ciesp no Alto Tietê, José Francisco Caseiro, a aprovação da Reforma Trabalhista é de extrema importância. "Um passo no horizonte de retomada de crescimento e modernização do Brasil, pois não dá para continuarmos com uma lei de 70 anos atrás e que não prevê a realidade do que existe hoje no mercado de trabalho e, muito menos, as mudanças que já começaram a acontecer em função dos avanços tecnológicos. Ao modernizar as relações entre empresas e empregados, assegurando os direitos dos trabalhadores, mas contemplando situações impensáveis na origem da CLT, como é o caso do home office, temos um cenário que traz mais segurança jurídica para as empresas e torna mais flexíveis as contratações o que, consequentemente, amplia as condições para a geração de empregos. Podemos dizer que a mudança nas relações de trabalho é o pontapé inicial para ajudar o Brasil a sair da crise, mas ela só surtirá todos os efeitos desejados se também forem promovidas as reformas tributária e, principalmente, as econômica e política", explicou.
POPULAÇÃO
 
Os trabalhadores suzanenses também comentaram a Reforma Trabalhista. Esse é o caso do vendedor Milton Porfírio. Ele ressaltou que os trabalhadores terão ganhos e perdas. "Concordo com algumas coisas que foram colocadas, como o parcelamento de férias. Já em relação à jornada de trabalho e sobre as contrações, ficaram mais difíceis", explicou.
 
O aposentado Danilo José Costa disse que a reforma retrocede aos anos passados. "O governo está desrespeitando os trabalhadores. Uma vergonha isso. Antigamente as pessoas trabalhavam em empresas terceirizadas e quando faltava um mês para o contrato acabar, os donos mandavam embora sem dar os direitos dos funcionários. Irá ser a mesma forma", completou.

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