Para ampliar a preservação da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê (APAVRT), o Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (CONDEMAT+) pleiteia a criação do Grupo de Fiscalização Integrada (GFI) específico para o território, que contempla os municípios de Biritiba Mirim, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá e Suzano.
A medida, que é uma das ações para mitigar os efeitos das cheias na região, foi apresentada nesta terça-feira (14), ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) durante reunião do Grupo de Trabalho de Enfrentamento de Enchentes, em Itaquaquecetuba. No encontro, o status do desassoreamento do Rio Tietê também foi atualizado.
A APAVRT foi criada em 1987 com foco na conservação das várzeas e planícies aluvionares do Rio Tietê. Ao todo, a área conta com 7,4 mil hectares entre territórios urbanos e rurais. No trecho que engloba os municípios do CONDEMAT+, o objetivo principal é o de garantir a função reguladora das cheias do rio. "Às vezes só vemos quando o caos está instalado, por isso a importância de fazer esse trabalho preventivo mostrando as possibilidades e várias ações para evitar que na época de chuvas não passemos o que muitas cidades do Brasil estão vivendo", reforçou o presidente do CONDEMAT+, Vanderlon Gomes, prefeito de Salesópolis.
A manutenção da APAVRT é de responsabilidade da Semil, que atualmente é conferida à Fundação para a Conservação e Produção Florestal - Fundação Florestal. A criação do GFI, inspirada no grupo já em operação na Área de Mananciais da região, vai possibilitar o reforço da fiscalização, evitando, inclusive, as ocupações irregulares, que impactam de forma negativa na impermeabilização do solo, e consequentemente, nas cheias do Tietê.
Durante a reunião, os municípios apresentaram as ações executadas para fiscalizar o território da APAVRT presente nos municípios. "É preciso ligar o alerta para que lá na frente não tenhamos um evento tão grandioso como houve no Litoral Norte e agora, também, no Rio Grande do Sul", reforçou o prefeito de Itaquaquecetuba, Eduardo Boigues.
O prefeito de Santa Isabel, Carlos Chinchilla lembrou as fortes chuvas que atingiram a cidade no começo do ano. "Estamos buscando recursos para a canalização do Ribeirão Araraquara, uma obra muito importante para conter as cheias", disse.
A superintendente do DAEE, Mara Ramos, destacou o protagonismo e a referência do trabalho conjunto com o CONDEMAT+ para os outros consórcios do Estado. "Precisamos do apoio de toda população para que se construa cidades mais resilientes, pois vemos que cada vez mais teremos menos controle sobre os efeitos das mudanças climáticas. Vamos conviver bastante com eventos extremos e já estamos preocupados com o próximo período de chuvas. O DAEE atua com bastante celeridade para que possamos minimizar os efeitos das chuvas, principalmente para as populações mais vulneráveis", acrescentou.
O avanço das obras de desassoreamento do Rio Tietê também foi apresentado. Até agora foram retirados cerca de 62,8 mil metros cúbicos de dejetos no trecho que corta a região. A intervenção é uma das principais ferramentas para minimizar os impactos das cheias na área.
O encontro teve a participação do vice-prefeito de Ferraz de Vasconcelos, Daniel Balke, além de gestores municipais e representantes de entidades.