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Região

Fotógrafa de Suzano conta experiência de 1 ano na Índia

"Tem sempre alguma coisa acontecendo na Índia. Se você vai alguma coisa acontece", disse Jackeline Lima, durante entrevista ao vivo ao DS

22 janeiro 2023 - 18h00Por Guynever Maropo - de Suzano
A fotógrafa e professora de Inglês, Jackeline Lima, com passagem pelo Diário de Suzano (DS), conquistou uma bolsa pela Aiesec Sa Universidade de São Paulo (USP) para um intercâmbio cultural de um ano na Índia. 
 
Durante o programa DS Entrevista a professora contou como foi a experiência de morar no segundo país mais populoso do mundo que também fica localizado uma das sete maravilhas do mundo, o Taj Mahal.
 
A Aiesec é um movimento universitário que mescla a experiência de intercâmbio com uma oportunidade de trabalho voluntário ou remunerado coordenado pela Universidade de São Paulo.
 
Jackeline deixou uma filha de cinco anos e a família no Brasil e embarcou nessa jornada para a Índia. A escolha do país veio de um desejo de muito anos atrás. Por um período Jackeline se sentia perdida e fez uma lista das coisas que gostaria de fazer antes de morrer. 
 
“Listei que tinha intenção de conhecer uma das sete maravilhas do mundo, especifiquei que seria o El Taj Mahal. Anos mais tarde participei das entrevistas para o programa e estava decidida a conhecer a India”, contou. 
 
Para Jackeline, a Índia é um lugar para experimentar todas as experiências possíveis. Desde se conectar espiritualmente a ficar acomodado em hotéis que proporciona a experiência de se sentir um rei. 
 
“Temos uma ideia muito limitada de outros países, quando se vai para fora conseguimos olhar mais para dentro. Depois de conhecer a cultura e vivência deles digo que sempre tem alguma coisa acontecendo na Índia. Se vai para lá alguma coisa acontece”, comenta. 
 
A primeira dificuldade que enfrentou no país foi viajar sozinha sendo mulher. “Ser mulher num país como esse gera muito desconforto. É um país muito populoso com muitos homens. Lá até nossa fisionomia é de estrangeiro”, disse. 
 
No país, Jackeline dava aulas de reforço de inglês para crianças coreanas e japonesas. Formada em fotografia e comunicação visual, durante o período de férias, se dedicou a dar aulas de alfabetização visual nas escolas. 
Um dos desafio que Jackeline teve na viagem foi aceitar a culinária indiana.
 
A comida tem uma base forte de temperos naturais , incluindo a pimenta forte. Nos primeiros meses, ela conta que comia mais fast food, ou seja, McDonald 's, e chegou a perder peso. 
 
“Mas até o McDonald’s tinha pimenta. A primeira vez que comi, passei mal. Mas agora estou acostumada a comer pimenta. Boa parte da Índia é vegetariana. Apesar do preparo mais natural, a comida é muito oleosa”, conta. 
 
A professora pretende lançar um projeto baseado no período que viveu no país. “Ainda estou digerindo a volta. Quando estiver lá escreverei muito pretendo organizar e montar um projeto que seja útil para outra pessoa" afirma. 
 
Em carta, Jackeline relata período no país 
 
Em carta enviada, Jackeline contou sobre seu período de um ano no país. No relato ela falou das dificuldades em viver longe da família e as particularidades do novo país, como culinária, cultura e amizades. Leia a seguir.
 
“Depois de quase trinta anos esta é a primeira vez que passo tanto tempo longe dela. E quando eu digo longe é longe mesmo. Em janeiro de 2022, por conta de um intercâmbio profissional pela AIESEC, fui selecionada por uma escola internacional para ensinar fotografia a alunos estrangeiros. Sai de Suzano em direção a Nova Delhi, capital da Índia. Isso mesmo! Aquela da novela, cheia de cores, Deuses e muita gente. Mas na real tudo o que você sabe sobre a Índia ou não é verdade ou não é bem assim. 
 
Cheguei em janeiro, ainda no inverno, o que faz os índices de poluição subirem muito. E Delhi é o estado com o pior índice de poluição do país. Não existe céu, tudo é cinza nos meses frios e a expectativa de um país quente foi por água abaixo. 
 
Quem viaja para a Índia costuma dizer que só há duas possibilidades: ou você ama ou odeia. A Índia é barulhenta, as buzinas ensurdecedoras servem como meio de comunicação para a população. Vai virar à direita buzina; pedestre a vista buzina; vai ultrapassar buzina. O trânsito é caótico e não é nada raro ver vacas e búfalos atravessando em meio aos carros, pastores atravessando dezenas de cabras e talvez se você der sorte pode até ver um camelo. 
 
Confesso que esse caos de alguma forma não me assustou, mas sim me atraiu. Old Delhi (Velha Delhi) é um dos lugares mais caóticos do país, se você já foi à Rua Vinte e Cinco de Março em época de Natal consegue ter alguma ideia de multidão. Só que aqui é um pouco maior já que estamos falando do segundo país mais populoso do mundo. 
 
Na Velha Delhi é possível encontrar todo tipo de especiarias. Todas aquelas que Cabral estava vindo buscar quando se perdeu e atracou em terras brasileiras. As ruas cheiram a pimenta, o que faz você tossir e arder os olhos, mas essa parte da cidade não tem muito turista, é mais frequentada por pessoas locais, pois é preciso ter "a manha" para saber os melhores lugares, as melhores lojas e as melhores comidas. 
 
E diante de todo o caos das ruas, becos da velha cidade, bicicletas, tuque-tuques e a multidão, um som toma conta no meio da tarde: é o Azan, o chamado para a reza muçulmana que vem das mesquitas entre os becos. Uma grande experiência visual e sonora de encher os olhos e ouvidos. 
 
A Índia é empoeirada, às vezes tudo que é colorido fica meio embaçado pela poeira, se você não tiver rinite logo se acostuma, mas é melhor não andar de chinelo, as ruas são sempre sujas e na terra onde a vaca é sagrada sempre corre o risco de pisar onde não deve. 
 
A terra de Gandhi, assim também conhecida, tem muitas cores, infinitas, trajes tradicionais, saris, lenços de todos os tipos. É curioso pensar que o país, apesar de colonizado por ingleses, manteve sua tradição diante da elegância da rainha e a moda western como eles costumam chamar. A vestimenta étnica é motivo de orgulho para o povo indiano. 
 
A Índia tem cheiro de flor, o Jasmim está presente em todo lugar, rosas, além de ser um incenso característico, também é usada em muitas bebidas. Não é a minha favorita, mas vale a pena a experiência.”

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