As cidades do Alto Tietê superam as do Grande ABC em número de secretarias municipais.
Assunto recorrente em campanhas eleitorais, as secretaria municipais tem por finalidade planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar as ações políticas e de comunicação social do Poder Executivo Municipal.
No Alto Tietê são 160 e no Grande ABC, 127.
Entre as dez cidades da região, Arujá tem mais unidades, total de 19. A cidade tem uma população estimada de 92,4 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2021.
Mogi das Cruzes e Suzano contam com a mesma quantidade de secretarias, 18 para cada município. Diante de uma população de 455,5 mil e 303,3 mil habitantes, respectivamente.
O cientista político e membro da Associação Brasileira de Ciência Política, Fernando Ivo Antunes, explica como toda gestão pública é feita onde o chefe do Executivo tem seus secretários responsáveis por executar as políticas projetadas pelo governo. As Pastas são “o braço executor da gestão”, diz o cientista.
No Alto Tietê, todas as dez cidades têm as mesmas divisões. Como Agricultura, Assistência Social, Assuntos Jurídicos, Cultura, Desenvolvimento Econômico e Inovação, Educação, Esporte e Lazer, Finanças, Gestão, Governo, Infraestrutura Urbana, Mobilidade Urbana, Planejamento e Gestão Estratégica.
Também são comuns a de Planejamento e Urbanismo, Saúde, Transparência e Comunicação, Segurança e de Verde e Meio Ambiente.
Arujá ainda conta com a Ouvidoria Geral do Município e a Controladoria Interna como divisões; Suzano tem a Controladoria.
Em Itaquaquecetuba são 18 pastas, e uma população de 379 mil habitantes. A prefeitura tem secretarias diferentes das outras cidades. Itaquá possui Abastecimento e Segurança Alimentar, Políticas para Mulheres e Fundo Social de Solidariedade.
Ferraz de Vasconcelos e Poá têm a mesma quantidade de secretarias, 17 em cada município. Segundo o IBGE, as cidades têm uma população estimada em 198,6 mil e 119,2 mil, respectivamente.
Já a administração de Biritiba Mirim possui 16 divisões para 33,2 mil habitantes. Santa Isabel, conta com 15, para 58,5 mil pessoas.
A variação no número de secretarias por município tem uma explicação. Para Antunes, “cada chefe do Executivo tem a autonomia para montar essas pastas, dividido da forma que achar melhor, unindo temas dentro de uma única secretaria ou dividindo”.
Por exemplo, a divisão que abrange o meio ambiente pode ser a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, mas também pode ser de Obras, Meio Ambiente, Planejamento e Serviços Públicos, como é o caso de Guararema.
A cidade tem 12 secretarias, contabilizando o Fundo Social, para 30.465 habitantes.
Em Salesópolis, com 10 divisões, tem o setor de Desenvolvimento, Meio Ambiente, Agronegócios, e Regularização Fundiária. A população estimada é de 17,3 mil.
No Grande ABC, as divisões seguem o mesmo padrão. Mauá é a cidade com mais secretarias, total de 24, para 481,7 mil. Um diferencial na cidade é a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres e Relações Institucionais.
Os 723,8 mil habitantes de Santo André, tem o serviço público de 22 divisões. Diferente das outras cidades, tem uma Pasta específica para pessoas com deficiência (PCD), que recebe o mesmo nome.
O município ainda conta com unidades de Apoio Governamental, de Articulação Política, de Assuntos Institucionais e Comunitários, de Comunicação e Eventos e de Planejamento e Assuntos Estratégicos.
Para PCDs, São Bernardo do Campo (19) também conta com a secretaria especializada. Com 849.874 habitantes.
Para Antunes, é “nítido” perceber que “cidades pequenas, como Arujá, possuir 19 secretarias e comparar com São Bernardo, que tem a mesma quantia, percebe-se que há, no caso de Arujá, uma necessária revisão de ordenamento de gestão”, diz.
As cidades em seguida, são Diadema (18), população estimada em 429,5 mil; São Caetano do Sul (15), 162,7 mil habitantes e uma secretaria diferente, a de Deficiência ou Mobilidade reduzida.
Antunes destaca no caso de Arujá, "como exemplo pelo maior número de secretarias, será que a alocação de 2 ou 3 pastas atuais dentro de uma única secretaria traria uma melhor gestão sobre as ações?". E acrescenta, "para este número de habitantes, é possível agrupar setores e dar mais eficiência à gestão”, diz.
As prefeituras com menos secretarias são Rio Grande da Serra (15) e Ribeirão Pires (14). De acordo com o IBGE, essas cidades têm 52 mil e 125,2 mil cidadãos, respectivamente.
As únicas cidades que tem uma divisão focada em regularização fundiária são Salesópolis e Santo André.