Após detectar casos de automutilação, a Escola Estadual Bertha Correa e Castro da Rocha, na Vila Anita, em Poá, fez uma campanha de orientação aos pais e alunos. Na volta do recesso de férias, a unidade deve realizar ainda uma roda de conversa entre alunos e uma psicóloga da cidade. As ocorrências, entre quatro ou cinco, aconteceram em maio e ganharam repercussão nesta semana em uma rede social.
Conforme denúncia, os alunos se mutilavam com giletes de apontador nos banheiros das escolas. A Secretaria de Educação do Estado explicou por meio de nota que uma professora da unidade detectou o comportamento estranho de alguns alunos e pela proximidade com os estudantes informou à direção que averiguou a situação.
Logo após esclarecer o caso, segundo a pasta, os jovens estariam com problemas pessoais, uma reunião foi realizada com os pais e responsáveis. Na sequência, os estudantes receberam palestras e orientações para debater a situação e trabalhar a prevenção.
"Ao observar a mudança no comportamento dos alunos, a direção da escola chamou os responsáveis pelos estudantes para uma reunião a fim de reforçar a importância da participação da família na vida dos adolescentes, para que casos assim sejam evitados. O Conselho Tutelar também foi acionado para auxiliar no acompanhamento. Além disso, a equipe gestora da unidade realizou diversas ações de orientação envolvendo estudantes, pais e a comunidade, para conduzi-los a uma discussão construtiva e que afaste os jovens de comportamentos nocivos", detalha a pasta em nota.
A pasta também afirma que os casos não possuem ligação com o jogo baleia azul. Em abril, reportagem do jornal Diário de Suzano trouxe orientações aos leitores sobre casos de automutilação ou cumprimento de desafios, forçados pelo jogo virtual. Conforme apontado pelo delegado plantonista de Suzano, Cleverson Omena, os pais devem fiscalizar os filhos, principalmente, quando se trata das redes sociais ou mudanças no comportamento.
"É obrigação moral e legal dos pais olhar os sites que os filhos acessam. Verificar o que eles fazem no computador e ficar atentos as postagens que eles fazem, por exemplo", adianta.
Segundo o especialista em segurança pública e privada, Jorge Lordello, o primeiro passo para manter os filhos saudáveis é fiscalizar. "Hoje vivemos em um mundo em que o pai e a mãe trabalham. Não tem muito tempo, se distanciam dos filhos pelo estresse do cotidiano. É necessário analisar se existe algum descontrole, raiva ou outro estado emocional. Os pais também precisam trabalhar na qualidade do tempo com os filhos para que eles tenham confiança e queiram conversar quando precisam", afirma. Ao perceber os primeiros sinais de algum distúrbio ou situação equivocada, Lordello reforça que os pais devem tentar se tornar mais presentes e se necessário buscar acompanhamento psicológico.