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Cidades

Alunos retornam ao Raul Brasil; pai relata como escapou de tiros

Professores e funcionários da escola estiveram presentes para receber os estudantes e seus familiares

19 março 2019 - 23h00Por Aline Moreira - de Suzano
Os alunos da Escola Estadual (E.E) Profº Raul Brasil retornaram nesta terça-feira (19) para as atividades de acolhimento e foram recebidos, de braços abertos, pelos professores, funcionários e uma equipe de especialistas, que ficará disponível até o fim da semana para dar suporte psicológico aos estudantes fragilizados com a tragédia da última quarta-feira (13). 
 
Os alunos e pais foram recebidos com beijos, abraços e flores. Ainda muito traumatizados, alguns chegaram chorando ao local e foram amparados pelos professores, que receberam orientações de como abordar as vítimas nessa situação. Estima-se que 300 alunos e 45 professores tenham passado pelo local. 
O atendimento durante a semana será das 10 às 16 horas e de acordo com a Secretaria da Educação do Estado, estão sendo realizadas atividades livres com apoio psicológico, oficinas, terapias em grupo, rodas de conversa, depoimentos dos estudantes, etc. 
 
Muitos pais acompanharam os filhos nas atividades na manhã de ontem. O vendedor Denis de Oliveira, de 38 anos esteve ao lado do filho Guilherme Marinho, de 14 anos para entrar na escola novamente. Ambos passaram por momentos de terror na unidade escolar, já que Oliveira entrou no local para salvar o filho. Ele explica que estava voltando de um compromisso, quando começou a ver crianças correndo desesperadas e dizendo que havia uma pessoa atirando dentro da escola. 
 
"Na hora que eu percebi que o tiroteio estava acontecendo no Raul Brasil, entrei correndo pra salvar meu filho. Na entrada vi as primeiras vítimas no chão. Fui correndo até a sala dele e vi que ele não estava mais lá. Ajudei um menino que tinha levado um tiro no rosto a achar a saída e quando me virei, vi o atirador (Guilherme) olhando pra mim e perguntando o que eu estava fazendo lá", relembra. 
 
Oliveira ainda conta que o atirador chegou a disparar a arma três vezes, mas todas as tentativas falharam, momento em que conseguiu correr para fora da escola. "Saí da escola e liguei para a polícia e para o meu filho, que me informou que estava seguro em casa", lembra. 
 
O filho de Oliveira, Guilherme Marinho, pulou o muro para escapar. Ele não se machucou, mas está muito traumatizado com o ocorrido. "Só voltei hoje para ver meus amigos e dar apoio a eles", disse. 
 
Quem também esteve no local para participar das atividades e receber apoio foi a estudante Bianca Nunes, de 15 anos. Ela estava acompanhada da mãe e, muito emocionada, contou à reportagem que irá retornar à escola para fazer um recomeço. 
 
"Eu presenciei cenas que jamais imaginei. Aquele momento foi como se tudo estivesse acabado para a gente. Eu vim para cá em busca de um ensino melhor e aqui era diferente, aqui tinha um clima de paz. Mas eles (atiradores) estragaram isso. Eu e minha amiga, que foi baleada, vamos voltar para a escola para fazer um recomeço, não vamos abandonar o Raul Brasil", conta. 
 
HOMENAGENS 
 
Ainda durante a manhã, os alunos soltaram balões brancos em solidariedade aos estudantes e professores que foram mortos durante o tiroteio. 

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