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Jornal Diário de Suzano - 26/07/2024
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Cidades

Equoterapia promove melhora na vida de deficientes e pessoas especiais

Método terapêutico utiliza o cavalo em busca de um desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência

03 setembro 2017 - 12h45Por Elaine Brum - De Suzano
Nem a manhã, um pouco mais fria, tirou a animação e a alegria das crianças que estiveram na última quinta-feira (31) para mais uma atividade de equoterapia no Centro Hípico Haras Andrade, na Vila Ipelândia em Suzano. O método terapêutico que utiliza o cavalo em busca de um desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência ou necessidades especiais tem sido desenvolvido há dois meses no local. Melhoria na coordenação motora, na sensibilidade tátil e na percepção sensorial, além do aumento da integração social foram alguns pontos apontados pelos pais como benefícios para seus filhos, atendidos no local. 
 
Nos olhos das crianças um brilho e uma inquietação como de quem anseia pelo seu momento semanal, ao lado do mais novo amigo de quatro patas, crina e grandes dentes. Deilson Mendes de 29 anos tem paralisia cerebral e é um dos atendidos pelo projeto. Com um sorriso no rosto disse que sempre gostou dos cavalos e contou o que mais gosta de fazer na equoterapia. "Gosto de alimentar o cavalo. Nem dá medo", disse. Junto com ele estava o pai, a mãe e a tia. "Ele tem gostado muito e já temos visto grandes benefícios para a saúde e o desenvolvimento dele", disse Ildonizete Mendes, pai de Deilson.
 
Outra criança que já está familiarizada com os cavalos é Wesley Lucas, de 13 anos. Ele também tem paralisia cerebral e dificuldade na articulação dos membros superiores. A fisioterapeuta do projeto, Edna Ittié, coloca um pedaço de cenoura nas mãos do pequeno, que sorri. O cavalo se aproxima e em poucos segundos a cenoura já não está ali.
 
A mãe de Wesley, Lucíola D'Amore, conta que a percepção sensorial do filho melhorou demais e que agora ele já consegue segurar objetos. "Tem vezes agora que ele quer mexer até no que não pode", disse a mãe em tom de brincadeira. Ela explica que os exercícios direcionados para seu filho têm justamente a finalidade de estimular esta parte. “As atividades feitas com ele aumentaram a percepção que ele tem das coisas que estão ao seu redor. Fez com que ele começasse a se interessar mais em pegar as coisas e ajudam também a aumentar a força muscular dele”, destacou. 
 
Os benefícios foram apontados também por outras mães. "Ela antes tinha medo de todo e qualquer animal, até de formiga. Pensei até que não fosse gostar. Mas ao contrário, ela gosta de vir e fica ansiosa e isso ajudou no medo que ela tinha antes. Pude ver também uma melhora na comunicação dela", disse Veronice Ferreira que é mãe de Cássia, que também tem paralisia cerebral.
 
"O Gabriel já tinha feito equoterapia quando tinha 3 anos e depois com 8, porém tivemos que parar. Essa parceria entre a Apae e o haras é uma oportunidade única", reforçou Luzinete Santos, mãe de Gabriel, de 17 anos.
 
A fisioterapeuta explicou como os exercícios realizados na equoterapia ajudam as crianças. "Trabalhamos na área da Saúde, da Educação e no biopsicossocial do praticante. Pegamos a criança que não tem postura e o cavalo estimula a parte motora. E em cada terapia que aplicamos aciona vários músculos da criança", explica Edna Ittié.
 
Já a psicóloga Bartira Oda, que integra a equipe clínica do projeto fala como as atividades podem melhorar a comunicação e a relação social dos atendidos. "Esse exercício de alimentar o cavalo, por exemplo, estimula a aproximação a integração da criança, além da sensibilidade e a habilidade social", reforçou.
Além da fisioterapeuta e da psicóloga completam a equipe, três estagiárias de Veterinária: Flávia Glavina, Grabriele Natale e Cintia Cursino, que acompanham as crianças em todo o trajeto com o cavalo. E mais três voluntários locais: Isabela Silva, Thainá Aparecida e Robson Hiakuna, que também ajudam no cuidado com os animais e na realização das atividades com as crianças.
 
Ao final da prática, que teve duração de aproximadamente 45 minutos, a equipe realizou um exercício de interação entre pais, filhos e animal. Os pais junto dos filhos escovaram os pelos dos cavalos que aceitavam a atenção recebida.