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Jornal Diário de Suzano - 26/07/2024
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Cidades

Ex-sargento da polícia de Nova York homenageia jovem da Raul Brasil

Durante a entrega, Rhyllary recebeu um brasão usado por Alfonso durante o tempo em que integrou a Polícia de Nova York, além de uma carta

27 junho 2019 - 08h05Por Daniel Marques - de Suzano
A jovem Rhyllary Barbosa, que lutou contra um dos assassinos do massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, ocorrido em março desse ano, recebeu uma carta e um brasão das mãos do ex-sargento da Polícia de Nova York, Antonio Alfonso, que integrou por 22 anos a polícia americana. A homenagem aconteceu na tarde dessa quarta-feira, 26, em Suzano, durante entrevista ao vivo na Rádio SAT.
 
A menina foi reconhecida pelo ato que, para o ex-sargento, salvou várias vidas. Durante a entrega, Rhyllary recebeu um brasão usado por Alfonso durante o tempo em que integrou a Polícia de Nova York, além de uma carta da "Ares - Soluções de Gerenciamento Tático e de Emergência" dos Estados Unidos, assinada por Daniel Modell, ex-tenente da Polícia de Nova York, que desenvolvia táticas para a polícia local responder a massacres, atiradores ativos e outros ataques. 
 
A viagem foi preparada pelo Sargento Rusell Jung, que é sócio de Daniel Modell, e foi intermediada por Ana Paula Alfonso, esposa e Antonio. O ex-sargento, que também é instrutor do Instituto de Proteção Executiva (EPI), nos Estados Unidos, deu uma palestra em São Paulo e aproveitou para conhecer e homenagear a jovem. Ele quer trazer a Ares para o Brasil, e vê Suzano com bons olhos para o começo.
 
"Não só para as polícias, mas para escolas e igrejas também. Precisam de treinamento. Sempre tive uma boa relação com o Brasil, porque sou casado com uma brasileira. Entendi que a coragem da Rhyllary salvou muitas vidas. Vi a notícia, repercutiu muito no mundo, e quis conhecer a menina, principalmente porque São Paulo é uma cidade que a gente observa constantemente", disse o ex-sargento.
 
"A forma que ela reagiu ao massacre me atraiu, então descobri que ela luta. Quis conhecê-la, procurá-la, e deu certo. Pensamos no caso, e minha esposa abriu as portas para que isso acontecesse", emendou.
 
A jovem se emocionou durante a homenagem. Ela agradeceu pelo reconhecimento, e comentou o que a levou a agir daquela forma no dia do massacre. "Houve um confronto físico, mas o cérebro dá pane na hora, você não sabe o que fazer, mas tem que decidir se vai viver ou morrer. Mantive a calma, a porta era pesada, então eu tinha que abrir para que outras pessoas saíssem dali também", comentou Rhyllary. "Eu teria coragem de me colocar na frente da bala por alguém que estava lá. Por mais que fossem pessoas que eu não tivesse muito contato, não conseguiria ver alguém apontando uma arma para elas", emendou.
 
Convite
 
Além de homenagear Rhyllary Barbosa, o ex-sargento deixou as portas abertas para visitas da jovem aos Estados Unidos e a casa dele. Ele também deixou um convite aberto à jovem, caso ela queira integrar a Polícia Norte-Americana. "Ela poderá ir quando quiser à nossa casa. Abriremos nossas portas pessoais para Rhyllary e a mãe. Entendemos a necessidade e emprego para ela. Tem que ser algo que ela queira fazer, o sonho dela. Depende dela, nós estamos dando só uma opção a mais", afirmou Antonio Alfonso. A jovem agradeceu o convite. "É uma ajuda muito bem vinda para mim. Será algo muito bom para meu futuro e para o de outras pessoas que estão ao meu redor. Desde criança, sempre quis ser delegada", afirmou Rhyllary.
 
Perguntado sobre a as consequências ao armar a população, Alfonso classificou como "primordial" que as pessoas tenham possibilidade de defesa, mas ressaltou que é impossível prever se um incidente seria evitado se as vítimas também estivessem armadas. "Falar que armas funcionam é difícil, você nunca vai saber se aconteceria ou não só por causa da arma. Tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, o alvo às vezes muda. Vi um incidente que aconteceu na igreja, mas o alvo original era uma escola", afirmou.