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Paralisação

Greve de trens vai afetar 920 mil passageiros das Linhas 11 e 12 em 1º de agosto

Ação será realizada para tentar impedir a redução dos salários em 3,51%. Informação foi confirmada pelo sindicato

22 julho 2017 - 11h20Por Pâmela Queiróz - De Suzano
A greve dos funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), prevista para 1º de agosto, deve deixar mais de 920 mil passageiros da linhas 11-Coral e 12-Safira sem transporte. A ação será realizada para tentar impedir a redução dos salários em 3,51%. A greve foi confirmada ontem pelo dirigente sindical, Leonildo Canabrava, do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil. Também terão a operação interrompida no dia, os trens das linhas 8, 9, 7 e 10. Fazem parte do movimento os Trabalhadores de Empresas Ferroviárias de São Paulo, Ferroviárias da Zona de Sorocaba e Engenheiros do Estado.
 
Canabrava explica que a redução salarial voltou à discussão após uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Ele explica que em 2011, durante negociação para o reajuste salarial, a categoria conseguiu além do reajuste compatível ao índice da inflação do período, um reajuste real de 3,51%.
 
"Nós entramos com este pedido no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), ganhamos em 1ª e 2ª instância, isso em 2011. A CPTM acabou por aceitar o reajuste, e iniciou o pagamento separado, mas em 2012, incorporou o reajuste aos salários. Mesmo assim, ao mesmo tempo, ela tentou recorrer em Brasília", detalha.
 
Ele completa que nos anos seguintes, a companhia continuou com os pagamentos, normalmente, e em conjunto, fazia a correção salarial compatível ao ano. "Agora em 2017, o TST deu uma parecer aonde se posiciona em desacordo com a decisão do TRT. A partir disso, a CPTM decidiu por conta própria voltar atrás e reduzir os salários de todos os funcionários, cerca de 8,2 mil, em 3,51%. Os trabalhadores não concordam com isso, fizemos algumas reuniões e no dia 18 decidimos entrar em estado de greve", assegura.
 
A greve geral da categoria, programada para 1º de agosto, deve contar ainda com apoio dos metroviários, que buscam melhorias no setor e apoiam a causa dos ferroviários, segundo o dirigente. Canabrava acrescenta ainda que na próxima segunda-feira haverá uma nova assembleia geral para organizar a paralisação.
 
CPTM
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) afirmou em nota, em resposta à greve dos ferroviários, que cumpre determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Segundo ela, em abril o TST disse que o índice de reajuste determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) no dissídio coletivo de 2011 é indevido. 

"Em cumprimento à decisão judicial, a companhia vai aplicar a redução da tabela salarial, em 3,51%, a partir deste mês. Ressalta-se que a CPTM é obrigada a cumprir determinação do TST, sob pena de crime de responsabilidade dos gestores. Os valores já pagos e recebidos pelos empregados até agora não serão descontados", destaca a nota.

Ainda segundo a companhia, em 2009, os sindicatos aceitaram substituir o índice de correção salarial do período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2010 por um Programa de Bônus. O índice de reajuste do acordo coletivo de trabalho 2009/2010 foi de 4,65%. No ano seguinte, cada empregado recebeu 1,75 salário, conforme negociado com os sindicatos. Ficou acertado que o reajuste de março de 2011 ficaria limitado a janeiro e fevereiro de 2011.

Em 2011, a CPTM explica em nota, que os sindicatos quiseram desfazer os acordos. "Como se a CPTM não tivesse pagado o bônus combinado e como se os próprios sindicatos não tivessem assinado os termos dos acordos anteriores (2009 e 2010), que estabeleceu a limitação da correção dos salários para o período de inflação de dois meses (janeiro e fevereiro de 2011)", frisa a nota.

Ela ainda diz que os sindicatos lideraram greve e o TRT determinou reajuste de 3,29%, considerando o período de janeiro de 2010 a fevereiro de 2011 (14 meses) e aumento real de 3,5%, totalizando reajuste salarial de 6,9%. "A CPTM, por dever de ofício, interpôs recurso para o TST e os sindicatos foram notificados para se manifestarem judicialmente no prazo estabelecido".

A companhia completa que, neste ano, os sindicatos não apresentaram manifestação em relação ao recurso e perderam a ação. Frisa ainda em nota que o TST decidiu reduzir o reajuste salarial dado em 2011 de 3,29% para 1,75% e o aumento real de 3,5 para 1,5%. 
 

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