Os servidores públicos municipais de Suzano votaram na noite de ontem pela aprovação do reajuste salarial de 4,75%, o que determina o fim da greve. A nova proposta, levantada pela municipalidade durante audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) - 2ª Região, prevê o parcelamento do valor em três vezes. Os funcionários que aderiram à paralisação nesta semana não serão punidos, desde que reponham as horas de trabalho. Ainda neste mês, a administração deverá criar uma Comissão de Conciliação para discutir os demais itens de reivindicação dos trabalhadores. A reunião no TRT aconteceu na manhã de ontem e contou com a presença do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Suzano, Claudio Aparecido dos Santos, o Ted, dois representantes da Comissão de Greve, além de um advogado. A Prefeitura enviou a assessora da Secretaria de Assuntos Jurídicos, Manuela Natalia Souza Silva, e o procurador Renato Swensson Neto. Na ocasião, foi acordada a proposta de reajuste salarial de 4,75%, parcelados em três vezes, sendo o primeiro pagamento de 2% retroativos a março, depois 1% a partir de julho e mais 1,75% a partir de novembro. Além disso, foi aprovado também o aumento de R$ 15 na cesta-básica e R$ 25 no vale-alimentação, a serem pagos em dinheiro. Os funcionários que aderiram à greve durante os cinco dias de paralisação não serão prejudicados. O acordo assegura compensação dos dias parados com no máximo 10 minutos de jornada de trabalho por dia. Outro comprometimento é quanto ao aumento em 2018. "A partir do ano que vem, na data-base, o aumento de acordo com o índice do IPCA/IBGE, sem qualquer parcelamento, bem como um aumento real a ser definido, ficando determinada a incidência desse mesmo reajuste no vale-alimentação e na cesta-básica, a serem pagos em dinheiro", evidencia o termo da audiência. Toda a proposta conciliada no TRT foi levada pelo sindicato para votação em assembleia com os trabalhadores no Paço Municipal. Durante o encontro, os representantes da entidade sindical expuseram aos servidores os riscos que a continuação da greve poderia gerar. "Não alcançamos o que queríamos, mas a aprovação não será de todo ruim para quem só iria receber em 2018. Se for para continuar com a greve, temos que estar conscientes das consequências que podem vir", disse o representante da Comissão de Greve, Carlos dos Santos Alves, ao se referir às possíveis punições dos funcionários se a paralisação continuasse. Cerca de 200 trabalhadores compareceram à assembleia. Pouco mais da metade dos presentes aprovou o fim da greve. Não houve unanimidade no consenso. Ted ressaltou o êxito da paralisação. "A greve em si foi ótima, mostrou a unidade do trabalhador. O servidor atendeu às expectativas, veio para a luta. Passamos algumas dificuldades na Câmara Municipal, onde não tivemos voz. Mas no Tribunal conseguimos extrair o possível para garantir o futuro do servidor, pelo menos para o próximo ano está assegurado o reajuste do IPCA e correção para o vale-alimentação e cesta básica".