Os sindicatos do Alto Tietê analisaram o 1° de maio, data em que se comemora o Dia do Trabalhador, e fazem uma reflexão sobre o cenário dos trabalhadores na atualidade. Nem tudo é motivo de comemoração. Entre as dificuldades citadas pelas entidades, estão a falta de concursos públicos, demissões em massa, terceirizações de serviços e falta de oportunidade de qualificação.
O Sindicato dos Trabalhadores Público da Saúde e Região (Sindsaúde) estará presente em um ato no estacionamento da Neo Química Arena, estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste da capital paulista. O ato será organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o início será às 10h.
Entre 4 e 5 mil trabalhadores da saúde atuam no Alto Tietê. De acordo com a diretora do Sindsaúde, Kátia Aparecida dos Santos, a categoria não tem a valorização devida. Ela destacou a não abertura de concurso públicos e a terceirização de serviços.
“Simplesmente estão terceirizando os serviços. Não há valorização. Cobramos por concurso público efetivo. Nunca vamos parar de lutar”; destacou a diretora.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Suzano alertou para o número de demissões de funcionários no setor da indústria. “Tivemos 79 demissões e não está havendo uma recontratação”, destacou o presidente da entidade, Pedro Benites. Um dos fatores, segundo Benites, é o avanço tecnológico.
Segundo o presidente, faltam mais oportunidades de qualificação aos trabalhadores para que eles estejam preparados para as mudanças. “O trabalhador precisa de oportunidade de estar estudando e melhorar seus conhecimentos. Hoje, com a modernização, quem tem maior qualificação se mantém no serviço ou até procurar outro. Para nós, o 1° de maio sempre consideramos que não é um dia de alegria e de comemoração, mas sim de reflexão”, analisou.
No último domingo (28), a entidade realizou a 11ª edição da Festa do Trabalhador, onde foram 128 prêmios. Entre eles, uma moto zero km. Em torno de 4 mil metalúrgicos atuam em Suzano.
Já Valterli Martinez, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região (Sincomércio), citou a existência de 3 mil vagas na região que não estão sendo contempladas. “Precisamos treinar funcionários e empresários. A dificuldade é a mão de obra qualificada”, disse Martinez.
Por outro lado, o presidente do Sincomércio destacou que, atualmente, o cenário não é mais “predatório”. “Hoje o proprietário não é mais um vilão. Ele precisa que o funcionário entenda os direitos e deveres’, finalizou. Ao todo, 65 mil trabalhadores atuam no varejo na região.