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Cidades

Sobreviventes da Raul Brasil podem desenvolver síndrome do pânico e ansiedade

Psicólogos comentam as consequências que o massacre na Escola Raul Brasil poderá deixar nos envolvidos

24 março 2019 - 08h40Por Dennis Maciel - de Suzano
Atentados como o da Escola Raul Brasil podem deixar marcas em quem viveu a situação, ou se envolveu indiretamente no caso. De acordo com psicólogos pessoas que viveram este tipo de trauma podem desenvolver angústia, ansiedade e até mesmo depressão. Estes sintomas do chamado estresse pós-traumático podem ser tratados com a ajuda de especialistas.
 
A psicopedagoga Aline Aparecida de Souza explica os problemas que atentados como este podem gerar nos envolvidos. "Esse tipo de situação pode gerar o que a gente conhece como transtorno de estresse pós-traumático. Que é quando o indivíduo é exposto a situações que envolvem mortes, ameaça de morte ou quando sofrem algum ferimento e ameaças à integridade física", conta.
 
A especialista explica que os alunos e professores podem desenvolver síndrome do pânico, depressão e outros problemas similares. "Esse evento pode servir de gatilho para disparar outros transtornos, incluindo a depressão. Durante o estresse pós-traumático a pessoa fica revivendo aquelas cenas mentalmente. Aqueles que não estiveram no ataque, mas que de alguma forma tiveram acesso a vídeos do fato, também podem desenvolver algum tipo de transtorno", explica.
 
Segundo a psicóloga especificar o tempo de tratamento para estes problemas é muito relativo, pois algumas pessoas respondem a terapia rápido e outras demoram mais tempo. Muitos fatores e variáveis envolvidas no processo psicoterapêutico ajudam nesta variação de tempo. "Algumas pessoas precisam tomar medicamento, outras fazem terapia, portanto o tempo pode variar", afirma.
 
A psicóloga Solange Pedroso Pires explica que cada ser humano tem uma forma de reagir e de encarar as situações. "Atentados como o da Escola Raul Brasil podem causar traumas não só para quem viveu a situação, mas para os envolvidos indiretamente. Imagine a tensão e o receio de um pai ou uma mãe ao enviar seus filhos para a escola depois do atentado", explica a psicóloga.
 
Solange Pedroso enfatiza que todos os funcionários, docentes e alunos irão precisar do apoio um dos outros e da comunidade em torno da unidade escolar. 
 
"Acredito que uma visita semanal de um profissional da área seria interessante. O psicólogo poderá ouvir os alunos e profissionais da escola em grupo. Isso seria uma forma de trabalhar com os medos e traumas que podem ocorrer numa situação dessas", afirma.
 
"Desta tragédia pode-se tirar uma lição importante, a de que o diálogo é extremamente necessário. Devemos entender que os jovens são cheios de indagações e dúvidas, portanto devemos deixar eles que eles falem sobre seus problemas. Como costumo dizer "escutar" o que nossos filhos dizem já é um bom caminho", finaliza.

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