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Jornal Diário de Suzano - 26/07/2024
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Especial Dia dos Pais

Tal pai, tal filho: familiares compartilham a mesma profissão

Ensinamentos, a cumplicidade paternal são razões que tornam o relacionamento entre pais e filhos mais especial

13 agosto 2017 - 17h34Por Marília Campos - de Suzano
A dedicação e o amor à profissão inspiraram filhos a seguir os passos dos pais no campo profissional. Em Suzano, o policial militar Amauri Fernandes Leite, o músico Vilson Cirillo e o médico Mário Egashira foram o primeiro exemplo para os filhos, que encontraram vocação no mesmo ofício. Os ensinamentos, a cumplicidade paternal e principalmente a liberdade de escolha são razões que tornam o relacionamento entre pais e filhos ainda mais especial.
 
O cabo Amauri divide experiências profissionais com o filho, soldado Leonardo, há sete anos. Na família, a vocação para a segurança pública surgiu a partir de um cunhado há duas décadas. "Quando ele (o pai Amauri) entrou para a polícia, eu já tinha 7 anos. Sempre acompanhei. Para mim, os ensinamentos que ficam é a honestidade, bom relacionamento e profissionalismo", disse o soldado. 
 
Pai de outros dois filhos, o cabo conta que se surpreendeu com a escolha de Leonardo. "Fiquei feliz, foi inesperado. Isso significa que estou fazendo o certo, estou deixando bons exemplos". Amauri esclarece que a profissão nunca foi imposta. "A gente não deve impor nada aos filhos, temos apenas que apoiar com carinho, não importa a profissão". O posicionamento ainda é adotado pelo soldado, que também já é pai. "Eu sempre os apoiarei. O importante é criar uma pessoa de bem".
 
O carinho e a cumplicidade estão dentro e fora do Batalhão. "Já atuamos (em operações) juntos. Pelo entrosamento familiar, o profissional se torna automático. A gente se apóia, um faz a segurança do outro", diz Leonardo. "A gente trata como filhos toda essa nova geração (de policiais atuantes), sem deixar que influencie no trabalho. Gostaria de frisar, a todos os pais, que não exijam o que ser, mas apóiem os sonhos deles", finalizou o cabo. 
 
MEDICINA
 
Pai de um casal de ginecologistas, o médico Mário Egashira se orgulha da profissão escolhida. "Sinto muito orgulho por estarem trabalhando com honestidade, seguindo o exemplo. Em um mundo cada vez mais difícil, devemos transmitir um referencial de honestidade e carinho aos filhos". 
A carreira iniciada em Suzano na década de 1970 foi acompanhada pelas crianças, que se acostumaram à rotina intensa do pai, que precisava se ausentar fora de hora para atender aos pacientes. "Lembro que ele passava muito tempo se dedicando ao hospital. Pensei em estudar arquitetura, ainda quero, mas minha irmã também estava na faculdade encaminhada à saúde, então eu já tinha muita noção, gostava de biológicas e de cuidar das pessoas", disse o caçula Mário Sérgio Egashira. 
 
Patrícia Egashira, filha mais velha, destaca a admiração pelo pai. "A gente cresceu nesse mundo e, de certa maneira, fomos influenciados. Mas também há amor à profissão, se não gostar do que faz, não sai um trabalho de qualidade. Meu avô era feirante, então meu pai começou do zero, veio do interior para estudar em São Paulo, trabalhou muito para nos oferecer o melhor, nunca teve preguiça e isso eu admiro muito". 
A família ainda passou a atender em parceria.
 
Atualmente, os irmãos são sócios em uma clínica no Centro da cidade. A unidade também conta com a colaboração do pai. "No início, tínhamos bastante orientação. Já chegamos a fazer partos e cirurgias juntos", diz Mário Sério. "É uma experiência boa ter alguém da família por perto, um companheiro de trabalho. Não tem hora para um ajudar o outro", completa Patrícia. 
 
A vocação à medicina ainda pode abranger uma nova geração. Mário Sérgio é pai de gêmeas, e uma delas, aos 7 anos, apresenta indícios para seguir os passos do pai. "Ela gosta de cuidar e acompanhar. Mas ainda é cedo para falar em medicina. Independente das escolhas, eles devem ser felizes". 
 
MÚSICA
 
Com o mesmo sentimento o músico Vilson Cirillo criou os três filhos. A caçula Bianca já demonstrava talento musical aos 4 anos. Atualmente, a dupla Bianca & Cirillo se destaca nas festas e eventos da região. A Música Popular Brasileira (MPB) é o principal gênero apresentado, mas nem sempre este foi o foco do pai. Entre as décadas de 1960 e 1980, Cirillo agitou as noites paulistanas com a banda "Os Lobos", formada com um irmão e demais companheiros. Na época, o rock os levou a se apresentar até fora do Estado.
 
"Sempre deixei livre para escolha de profissão. Acho que hoje todos os meus filhos trabalham com satisfação", diz o músico. Há 14 anos atuando juntos, Bianca conta como é a parceria com o pai. "Ele sempre está disposto a me ensinar, foi quem me introduziu neste mundo. O entrosamento vem de casa para o palco. Porém, tem pontos negativos, que não se sobressaem aos positivos, como discussão na hora do ensaio". 
 
Nascido na Itália, Cirillo acredita que a música é algo hereditário. "Na minha família, sempre cantávamos ao som do bandolim e violão", diz. "É importante que os pais sempre estejam juntos aos filhos, orientando para ocupar a cabeça com atividades, como música ou esporte. Sendo assim, dificilmente terão envolvimento com a onda de violência que tem adentrado em tantas famílias. Nenhum pai deseja isso".