Em um país com tamanha desigualdade como o Brasil, a fome ainda é uma chaga aberta. Milhões brasileiros enfrentam a insegurança alimentar grave. Diante dessa dura realidade, programas sociais de combate à fome se tornam não apenas importantes, mas indispensáveis para garantir dignidade, saúde e cidadania a milhões de famílias.
Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, tem mostrado um exemplo de compromisso com essa causa. A cidade alcançou recentemente a marca de 52 toneladas de alimentos distribuídos no primeiro semestre deste ano, por meio de uma política pública estruturada de segurança alimentar. Esse resultado é fruto do trabalho conjunto de diversas frentes, como o Banco de Alimentos, o Armazém da Solidariedade, o programa “Alimento Solidário” e os hortos municipais. Somente no Banco de Alimentos, foram arrecadadas e distribuídas 30 toneladas de itens — alimentos que, muitas vezes, seriam descartados, mas que agora chegam à mesa de quem mais precisa.
Esses números revelam muito mais que estatísticas. Eles demonstram o poder transformador das políticas públicas bem aplicadas. A fome não é apenas ausência de comida; é também exclusão, desespero e silenciamento. Combater a fome, portanto, é um ato de justiça social. Como disse a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social de Suzano, esse tipo de ação proporciona “mais dignidade e qualidade de vida para as famílias suzanenses”.
Os efeitos positivos são amplos. Crianças alimentadas se desenvolvem melhor e aprendem mais. Famílias com acesso garantido a alimentos conseguem planejar o futuro com um mínimo de estabilidade. Além disso, programas como os de hortas comunitárias e reaproveitamento de alimentos evitam o desperdício e promovem a consciência ecológica e social.
O combate à fome exige um esforço conjunto: do poder público, da iniciativa privada e da sociedade civil. Não se trata de caridade, mas de responsabilidade.
Políticas de segurança alimentar devem ser permanentes e protegidas de disputas políticas ou cortes orçamentários. É inadmissível que, em pleno século XXI, tantas famílias ainda dependam de doações ou da boa vontade alheia para ter o que comer.
Que o exemplo de Suzano sirva de inspiração a outras cidades e estados. É possível, sim, fazer diferente. É possível oferecer mais do que migalhas. O combate à fome deve ser tratado como prioridade nacional. Um país que deseja crescer com justiça e inclusão precisa, antes de tudo, garantir o básico: o direito de cada cidadão a uma refeição digna todos os dias.




